Era Vargas: estude sobre os principais acontecimentos do período

Entenda as características gerais que marcaram o governo de Getúlio Vargas no Brasil

11:41 | Jul. 06, 2023

Por: Redação EdiCase
Getúlio Vargas governou o Brasil durante 15 anos (Imagem: Luis War | Shutterstock) (foto: )

A Era Vargas iniciou em 1930 e terminou em 1945, com a deposição de Getúlio Vargas. Durante os 15 anos desse governo, o Brasil passou por diversas transformações e foi marcado por momentos de repressão. O começo desse período foi dado por meio da Revolução de 30, quando Júlio Prestes (o presidente eleito) foi impedido de iniciar o mandato e Getúlio Vargas subiu ao poder.

Características gerais da Era Vargas

  • Centralização do poder: Ao longo dos 15 anos de governo, Vargas tomou medidas para enfraquecer o Legislativo e aumentar os poderes do Executivo;
  • Políticas trabalhistas: Vargas foi um dos grandes representantes das políticas trabalhistas no país. Em seu governo, ele criou o Ministério do Trabalho e concedeu direito aos trabalhadores;
  • Propaganda política: Vargas utilizou constantemente propagandas em jornais e rádios para promover o seu governo;
  • Capacidade de negociação política: Getúlio Vargas tinha uma grande capacidade de conciliar grupos opostos em seu governo. Além disso, ele conseguia realizar grandes negociações internacionais.

Fases que marcaram o período

Governo provisório (1930 – 1934)

O governo provisório teve início assim que Getúlio subiu ao poder. Esse mandato deveria ter durado apenas algumas semanas, contudo, Vargas adiou a realização de uma Assembleia Constituinte, que moldaria uma nova constituição para o país e encerraria o governo provisório.

Nessa fase, Getúlio Vargas deu início às primeiras medidas de centralização do poder, dissolvendo o Congresso Nacional. A atitude desagradou muitas pessoas, principalmente os paulistanos, que se rebelaram contra o governo em 9 de julho de 1932, em um ato que ficou conhecido como a Revolução Constitucionalista de 1932.

Consequências da Revolução Constitucionalista de 1932

Apesar da Revolução de 1932 não ter obtido grandes resultados, Vargas, com medo de novas revoltas, decidiu descentralizar algumas medidas de seu governo, nomeando um interventor civil nascido em São Paulo e garantindo, no ano de 1933, uma eleição para compor a Constituinte.

Uma nova constituição

Através da Constituinte de 1933, uma nova constituição foi promulgada. A Constituição de 1934, como ficou conhecida, foi considerada muito moderna para a época. Isso porque ela trouxe novas medidas para o país, o que incluiu o sufrágio universal feminino. Junto da promulgação da nova constituição, Getúlio Vargas foi reeleito indiretamente para ser presidente entre 1934 e 1938.

Governo Constitucional (1934 – 1937)

Em teoria, o governo de Vargas deveria estender-se até 1938, e ele não poderia mais concorrer à presidência. Contudo, Getúlio já caminhava em direção a medidas radicais. Desse modo, surgiram grupos que expressavam essa radicalização:

  • Ação Integralista Brasileira (AIB): grupo de extrema-direita. Se inspirava no fascismo italiano e expressava valores nacionais e antissemitas. Tinha como líder Plínio Salgado;
  • Aliança Libertadora Nacional (ALN): grupo de orientação comunista. Tinha como ideal uma luta antifascista. Os membros da ALN buscavam tomar o poder através de uma luta revolucionária.

O fim da fase constitucional

Em 1937, um ano antes do mandato de Getúlio encerrar-se, o mesmo realizou um autogolpe, cancelando a eleição de 1938 e instalando um regime ditatorial no país. O golpe teve como pretexto a divulgação de um documento falso, que ficou conhecido como Plano Cohen, no qual abordava uma conspiração comunista dentro do território nacional.

Durante o Estado Novo, Vargas reforçou o seu poder e implantou a censura no Brasil (Imagem: Arnaldo Jr | Shutterstock)

Estado Novo (1937 – 1945)

O Estado Novo foi a fase ditatorial da Era Vargas. Nesse período, Getúlio reforçou o seu poder, implantou a censura, investiu em propagandas políticas e se aproximou das massas.

Políticas do Estado Novo

No início do Estado Novo, a política de Vargas era baseada em decretos-leis, ou seja, suas determinações e projetos não precisavam da aprovação do Legislativo. Algum tempo depois, Getúlio decretou o fechamento do Legislativo e o encerramento dos partidos políticos.

Políticas trabalhistas

Em 1943, durante a fase mais repressiva do Estado Novo, ao tentar se aproximar das massas, Getúlio Vargas instaurou políticas trabalhistas no país, que teve como ponto principal a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).

Segunda Guerra Mundial

Em 1944, o Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial, ao lado dos países aliados (Estados Unidos, Inglaterra e União Soviética). Isso ocorreu devido à pressão norte-americana em cima de Vargas. Os Estados Unidos precisavam de pontos estratégicos e tinham medo de que o Brasil se aliasse com o Eixo (Alemanha, Itália e Japão).

O fim da Era Vargas

A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, os desgastes do projeto político autoritário e o medo da aproximação de Vargas com as massas enfraqueceram o Estado Novo perante a burguesia. Desse modo, houve uma grande pressão para que novas eleições ocorressem.

Após essa pressão, Vargas decretou que novas eleições iriam ocorrer no final de 1945. Um pouco antes do final daquele ano, Getúlio foi obrigado a renunciar, e José Linhares assumiu a presidência interinamente.

No final de 1945, ocorreram as eleições e Eurico Gaspar Dutra, pertencente ao Partido Social Democrático, foi eleito. Em 1946, logo após o novo presidente subir ao poder, uma nova constituição foi promulgada.

Por Tao Consult