Acidente com "padre dos balões" completa 15 anos; relembre o caso
A viagem de 20 horas entre os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul resultou na morte do padre Adelir de Carli em 2008
No dia 20 de abril de 2008, Adelir de Carli iniciou o trajeto de Paranaguá, no Paraná, até Dourados, no Mato Grosso do Sul. O que deveria ser um feito inédito e a realização de um sonho, resultou na morte do sacerdote, que ficou conhecido como “padre dos balões”.
Quem foi Adelir de Carli
Nascido em Ampére, no Paraná, no dia 8 de fevereiro de 1967, Adelir se tornou padre em agosto de 2003 e um ano depois assumiu a Paróquia de São Cristóvão, em Paranaguá. Também em 2004 o sacerdote criou a Pastoral Rodoviária, com o objetivo de proporcionar momentos de evangelização e apoio aos caminhoneiros que passavam pela região. As informações são do G1.
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O padre decidiu usar o paraquedismo, uma de suas paixões, para colocar os holofotes da mídia na causa. Seu principal objetivo era, com a divulgação de suas aventuras no ar, angariar fundos para a pastoral.
Além do trabalho com caminhoneiros, o padre também ficou conhecido pela dedicação à defesa dos direitos humanos, como em 2006, quando denunciou agentes de segurança pública por violência contra moradores de rua.
Viagem teste até a Argentina
Antes do voo para Dourados, o padre realizou uma viagem até a Argentina, na qual conseguiu despertar a curiosidade do público. Ele saiu de sua cidade natal em 13 de janeiro, com destino a San Antonio, em uma viagem de 4 horas. Durante o voo, Adelir atingiu cerca de 5.300 metros acima do nível do mar, a bordo de 600 balões.
Apesar do sucesso, os recursos conquistados não foram suficientes. Adelir então, resolveu se desafiar novamente, e dessa vez, quebrar o então recorde mundial desse tipo de voo, de 19 horas no ar em balões de gás hélio.
O dia do voo
No dia 20 de abril de 2008, o padre era o centro das atenções de moradores e da mídia local, que acompanhavam ansiosos pela decolagem. Adelir levantou voo no início da tarde, preso a uma cadeira com 1000 balões e levando alguns suprimentos para ajudar no percurso.
Na “bagagem” do sacerdote estavam paraquedas, capacete, roupas impermeáveis, aparelho de GPS, celular, telefone por satélite, coletes salva-vidas, traje de voo térmico, alimentos e água.
Desaparecimento
O caminho do padre começou a se complicar quando ele atingiu o dobro da altitude esperada. Ventos fortes, frio intenso e dificuldade no funcionamento de aparelhos como celular e GPS, foram definitivos para o fim trágico.
Às 21 horas daquele dia, Adelir realizou o último contato com a equipe da Polícia Militar e logo após, desapareceu no Oceano Atlântico.
Reconhecimento do corpo
Após meses de busca com ajuda da Marinha, Bombeiros e Aeronáutica, o padre foi encontrado na costa de Maricá, no Rio de Janeiro, por um barco que cumpria serviços da Petrobras na região.
Após exame de DNA com o irmão de Adelir, Moacir de Carli, foi constatado o falecimento do aventureiro. O enterro foi realizado em sua cidade natal, Ampére.