Professora registra BO por racismo após ser perseguida em supermercado
A docente precisou tirar a roupa para provar que não estava furtando nenhum tipo de objeto ou produto da unidade
16:49 | Abr. 11, 2023
Após ser alvo de perseguição dentro de um supermercado em Curitiba (PR), a professora Isabel Oliveira, de 43 anos, registrou um Boletim de Ocorrência (BO) nessa segunda-feira, 10, na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da capital paranaense. Ela estava acompanhada de uma advogada e de representantes do movimento negro.
De acordo com a Polícia Civil, que abriu um inquérito para apurar o suposto crime de racismo no caso, vão ser ouvidas testemunhas presentes no supermercado, além de um segurança e o gerente do estabelecimento.
Em nota, a unidade comercial diz lamentar o ocorrido, mas afirma que não foram observados indícios de abordagem indevida. O supermercado ainda aponta ser "contra qualquer tipo de comportamento discriminatório".
“Lamentamos que a cliente tenha se sentido da maneira relatada, o que, evidentemente, vai totalmente contra nossos objetivos. A empresa possui uma política de tolerância zero contra qualquer tipo de comportamento discriminatório ou abordagem inadequada”, afirma a nota.
Na última sexta-feira, 7, após perceber que estava sendo perseguida por um segurança dentro da unidade, Isabel decidiu tirar parte de suas roupas como protesto. Na ocasião, ela queria demonstrar que não carregava nenhum tipo de produto ou arma.
Comentário de Lula
Na abertura da reunião que marcou os seus primeiros 100 dias de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comentou a situação vivida por Isabel e acusou a rede de cometer racismo contra a professora.
O chefe do Executivo brasileiro chegou a afirmar que o seu governo não vai tolerar crimes de cunho racista. “Se quiserem [supermercado] fazer isto no seu país de origem, que façam, mas, neste país, a gente não vai admitir o racismo”, pontuou.