Pais de crianças da creche de Blumenau foram avisados sobre assassinato por mensagem

Grupo de WhatsApp formado por funcionários e responsáveis que integravam a unidade escolar foi usado como ferramenta para alertar sobre ataque inesperado

Os responsáveis por crianças que espectaram o assassinato na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), dessa quarta-feira, 5, revelaram, à Folha de S.Paulo, como foram noticiados em tempo real sobre o ocorrido.

Uma das professoras da creche, Simone Aparecida Camargo, em ato de bravura, trancou quase 20 alunos e outras duas professoras na sala de aula para protegê-los, e, além disso, era quem avisava, por mensagens via um grupo de WhatsApp da creche, os pais sobre ferimentos de alguns filhos.

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Ela relatou que primeiro suspeitou ser um assalto e: "só depois viu o massacre". "Nunca passou pela cabeça. Isso é muito distante daqui", acrescentou Simone, que há cinco anos trabalha na unidade de ensino particular e cuida de crianças de 4 meses até 3 anos de idade.

Pamela Liscano, consultora de viagens, mãe de um menino de quase 3 anos, que estava na creche no momento do ataque, disse que havia ido pegar o filho pela manhã depois de receber um áudio no grupo da escola.

"Vim só pegar a mochila dele. Na correria, só peguei ele no colo e fui embora. Tava um alvoroço", conta a mãe.

O vendedor Carlos Leandro Kroez, pai de uma menina que fez 6 anos na semana passada, tem visão semelhante. "Foi um fato isolado. A escola é perfeita. A gente não esperava. A diretora é uma pessoa extremamente dedicada. Não tem nada a ver com a escola. Tem a ver com a maldade da pessoa que fez isso", disse ele.

Ele também foi à escola buscar a mochila da filha no final da tarde. "Ela não viu as mortes. Eu cheguei em casa e ela só me falou que ladrões entraram na escola. E agora ela está com medo de ladrão. A gente ainda não sabe nem como abordar o assunto. Vamos esperar um pouco", contou ele.

NOTA DA REDAÇÃO


O POVO opta por não publicar foto, vídeo, nome ou qualquer detalhe sobre o autor do ataque a escola em Blumenau, em Santa Catarina. A decisão atende a recomendações de estudiosos em comunicação e violência.

Entendemos que a divulgação dessas informações pode vir a estimular novos agressores, que usem a divulgação da imprensa profissional como forma de promoção de atos de violência.

O POVO pretende manter a postura em casos subsequentes, podendo reavaliar se novos estudos indicarem rumos que tragam maior segurança à sociedade.

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