Quem foi Elisabete Tenreiro, professora que morreu após ser esfaqueada em sala de aula

Segundo a família, a mulher, de 71 anos, que veio a óbito nesta segunda, 27, após ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro, tinha o ensino como missão

17:51 | Mar. 27, 2023

Por: Bia Freitas
Elisabete era professora na Escola Esdtadual Thomázia Montoro desde o início do ano (foto: Reprodução)

Elisabete Tenreiro, de 71 anos, era professora de Ciências, mãe, avó e defensora da melhoria salarial dos professores. Nesta segunda-feira, 27 de março, ela morreu em decorrência de uma parada cardíaca após ser esfaqueada dez vezes por um dos alunos do oitavo ano da Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo, onde lecionava desde o início deste ano.

A professora, que veio a óbito no Hospital Universitário da USP, tinha o ensino como propósito de vida. “Ela achava que tinha essa missão, em um país com tanta falta de educação, se ela pudesse mudar a trajetória de um aluno, ela já ganhava com isso,” disse uma de suas filhas ao G1 em São Paulo.

Até 2015, Elisabete trabalhou como técnica de laboratório, ofício do qual precisou abrir mão para dedicar-se ao ensino na rede pública. Ela estava na escola estadual quando foi atacada pelas costas pelo aluno, de 13 anos. Além dela, outras três professoras e um aluno foram feridos durante o ataque à escola.

Em suas redes sociais, Elisabete se declarava corinthiana e demonstrava o gosto por música e filmes de comédia, programas de tv e samba, e aconselhava os alunos para a prova do Enem, como apurou o jornal O Globo.

Pessoas públicas e instituições prestaram solidariedade à família e amigos da professora por meio das redes sociais. “Precisamos que nossas escolas e colégios sejam lugares seguros”, colocou a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).

Diante do caso, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) vai realizar um ato de desagravo às vítimas de violência na próxima quarta-feira, 29 de março. Em nota, o Apeoesp colocou que o caso expõe o abandono das escolas estaduais e expôs a carência de políticas de prevenção para a problemática.