Universitária discriminada por colegas diz que não vai desistir dos estudos: "O sonho não morreu"
Vídeo que viralizou mostrava alunas debochando de Patrícia Linari por ela começar uma faculdade após os 40 anos de idade. Após repercussão, ela recebeu flores e chocolates de outros estudantesA universitária Patrícia Linares, de 44 anos, que foi alvo de etarismo (preconceito e discriminação por conta da idade) por colegas de curso, afirmou que não desistirá dos estudos.
Em entrevista ao G1, a aluna de Biomedicina da universidade particular Unisagrado, em Bauru (SP) reforçou que estudar é um sonho e que, apesar dos comentários negativos, continuará no curso.
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“É um sonho de adolescência que nunca pude realizar porque tive várias interrupções de estudo. E agora também não vou desistir, o sonho não morreu dentro de mim”, contou.
A ideia de retomar os estudos surgiu após a universitária precisar fechar a loja que ela teve durante 11 anos devido à pandemia de Covid-19. Patrícia está no primeiro ano do curso e iniciou os estudos no dia 27 de fevereiro.
Na última sexta-feira, 10, um vídeo de três alunas debochando de Patrícia viralizou nas redes sociais.
Na gravação, as estudantes aparecem rindo da mulher alegando que ela não saberia o que é Google. As colegas de curso ainda afirmam que Patrícia “deveria estar aposentada”.
“Tem como ‘desmatricular’ um colega de sala? Gente, 40 anos não pode mais fazer faculdade. Eu tenho essa opinião”, disse uma.
A vítima afirmou que soube do vídeo antes da apresentação de um trabalho e que os comentários, somados ao nervosismo para a atividade universitária, a fizeram chorar.
No mesmo dia, Patrícia recebeu uma homenagem de outros discentes da universidade, que repudiaram o ato. A estudante recebeu flores e chocolates como forma de apoio e solidariedade após os comentários preconceituosos.
Pelas redes sociais, Patrícia compartilhou o momento nas redes sociais e escreveu: “O que são esses veteranos? Gigantes! E eu? Muito sortuda por estar rodeada de amor”.
Caso de etarismo: aluna que debochou de colega mais velha disse estar arrependida
Uma das estudantes que aparecem no vídeo, identificada como Bárbara Calixto, disse ao G1 Bauru e Marília que ela e as outras duas alunas, Beatriz Pontes e Giovana Cassalatti, estão arrependidas. "Foi uma fala imprudente e infeliz que tomou uma proporção que não imaginávamos."