Chuvas no litoral de SP: autoridades contam 44 mortos e mais de 2500 desabrigados

De acordo com o governo do Estado, em menos de 24 horas o acumulado de chuva ultrapassou os 600 mm em alguns pontos do litoral. As áreas mais atingidas estão entre Bertioga (683 mm) e São Sebastião (627 mm)

As fortes chuvas que atingem o litoral norte do estado de São Paulo já deixaram ao menos 44 mortos – 43 em São Sebastião e um Ubatuba – e 2.500 desabrigados ou desalojados, segundo as prefeituras locais e a Defesa Civil do Estado de São Paulo.

Levantamentos preliminares apontam 40 desaparecidos, entretanto o número tende a aumentar, já que há relatos de que mais pessoas estariam sob os escombros.

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Entre as vítimas, uma criança de 7 anos morreu depois de um deslizamento de terra em Ubatuba, e uma mulher de 35 anos foi atingida por uma árvore e morreu no hospital em São Sebastião.

De acordo com o governo do Estado, em menos de 24 horas o acumulado de chuva ultrapassou os 600 mm em alguns pontos do litoral. As áreas mais atingidas estão entre Bertioga (683 mm) e São Sebastião (627 mm).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou por volta do meio-dia desta segunda-feira, 20, à cidade de São Sebastião. No local, o petista se reuniu com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e com o prefeito da cidade, Felipe Augusto (PSDB).

"Nós estamos juntos. Ele [Tarcísio] tem obrigação de governar o estado de São Paulo, este aqui [prefeito de São Sebastião] tem obrigação de governar a cidade, e eu tenho obrigação de governar o país. Se cada um ficar trabalhando sozinho, nossa capacidade de rendimento é muito menor. E é por isso que precisamos estar juntos, compartilhar as coisas boas e as coisas ruins. Juntos seremos muito mais fortes", disse Lula, preterindo divergências partidárias.

O presidente pediu que não sejam mais construídas casas em encostas de morros, além de solicitar que a Prefeitura de São Sebastião indique um terreno seguro para construir moradias e transferir os moradores que têm casas em área de risco. 

Sobre a união em prol do auxílio às vítimas, Tarcísio comentou: "isso nos dá amparo, conforto, no momento em que a gente precisa trabalhar em um regime de cooperação, governo federal, governo estadual e municípios juntos".

O governador disse ainda temer que o tamanho volume de terra deslocado tenha arrastado a rodovia. Assim, ele reforçou o pedido que turistas que estão em áreas seguras não tentem retornar para a cidade de São Paulo, já que há riscos e uma série de bloqueios em estradas.


O socorro às vítimas

O trabalho de resgate é feito por uma força-tarefa com mais de 500 agentes, entre servidores das forças de segurança e equipes do governo estadual, das Forças Armadas, da Polícia Federal e da Prefeitura de São Sebastião, além de voluntários.

O atendimento às vítimas começou no domingo, 19, com o apoio de 53 viaturas do Corpo de Bombeiros, dois cães especializados na busca de pessoas, 31 maquinários, sete helicópteros Águia do Comando de Aviação da Polícia Militar e outras duas aeronaves do Exército. Mais três helicópteros Águia deverão chegar ainda nesta segunda para auxiliar nos trabalhos.

O Corpo de Bombeiros informou que recebeu, até a tarde de domingo, um número recorde de chamadas para socorro — apenas para São Sebastião foram 481 solicitações.

O abastecimento de água é um dos principais entraves ao amparo das vítimas. De acordo com o governo do Estado, houve interrupção em razão do deslocamento de lama, pedras e outros objetos que diminuíram a vazão nas estações de tratamento. Caminhões-pipa atuam nas cidades de São Sebastião e Caraguatatuba.

Também há relatos de falta de luz e sinal de celular.

No início da noite de domingo, o governador Tarcísio decretou estado de calamidade pública para as cidades de Ubatuba, São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba, todas no litoral norte de São Paulo, além de Bertioga.

A ministra Simone Tebet anunciou liberação de FGTS para os habitantes locais. “Essas famílias desabrigadas têm direito a levantamento de FGTS, basta que sejam moradores das regiões que foram afetadas”, disse. “Uma vez decretada calamidade pública, reconhecida pelo governo federal, todos os recursos necessários estão disponíveis para Guarujá [e Bertioga]", acrescentou. 

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