Com condição rara de saúde, menina recebe alta de hospital pela primeira vez

A pequena Maria Heloisa recebeu previsão de viver apenas uma semana de vida quando nasceu

07:37 | Jan. 19, 2023

Por: Gabriela Monteiro
Maria Heloísa nasceu com uma rara síndrome, chama de Displasia Campomélica (foto: Eline Rodrigues/redes sociais)

Imagine ouvir dos médicos que seu filho só teria uma semana de vida? Foi isso que Eline Rodrigues ouviu quando a filha, a pequena Maria Heloísa, nasceu com Displasia Campomélica, uma rara síndrome. Nessa terça, 17, com 3 anos e nove meses, a menina recebeu alta e foi para casa pela primeira vez. A mãe diz que ela é um milagre.

A família da menina mora em uma fazenda na cidade de Paraíso, a 66 km de Palmas, capital do Tocantins. Eline contou ao G1 Tocantins que precisou percorrer o trajeto pelo menos três vezes por semana para visitar a filha. Ela tem outros dois filhos, um de 10 e outro de 6 anos. Heloísa teve uma parada cardíaca assim que nasceu, e por conta da condição de saúde, foi transferida imediatamente para a UTI.

"O médico disse que ela tinha uma malformação. Para mim foi o fim. Os bebês que nascem com essa doença geralmente não vivem um dia. Os médicos deram uma semana para ela, mas ela está viva há três anos, ela é um milagre vivo. Contrariou a Medicina", disse Eline ao G1 Tocantins.

No tempo que passou na UTI, Maria recebeu o apoio da equipe médica do Hospital Geral de Palmas. Em 2022, a menina ganhou festinhas de aniversário dos profissionais que a acompanhavam no tratamento.

"Os profissionais a trataram como filha. Mãe e pai não faltam para ela. Ontem, a equipe veio até a fazenda trazê-la e acompanhou tudinho, deram o suporte. Já criaram até um grupo para virem e fazerem o aniversário dela aqui na fazenda no dia 29 de abril. Toda hora mandam mensagem para saber se ela está bem. Eu fico feliz. Agradeço a Deus por ter eles na minha vida", contou.

Eline disse que Heloísa está bem, não estranhou o ambiente e dormiu a noite toda. Agora, a menina precisará passar por sessões de fonoaudiologia e fisioterapia. Por conta da traqueostomia, Maria não pode falar, mas dá um jeito. "Às vezes ela fecha o buraquinho da traqueia para poder gritar e ouvir a voz."

Os médicos dizem que por conta do problema de saúde, a menina não poderá andar, mas a mãe diz que confia em Deus e sabe que ela vai andar. Eline diz que está alegre por ter a filha em casa, que os outros dois filhos estão de férias em outro estado mas que ligam todos os dias para saber como a irmã está. Para ela, a filha nasceu no dia em que recebeu alta.

A despedida da menina na unidade de saúde também foi cheia de comoção. Os profissionais que acompanharam o processo de tratamento da menina estão muito felizes porque, a partir de agora, Heloísa terá uma nova vida, sendo exemplo de luta e perseverança.