Câncer de Cólon Intestinal: saiba mais sobre a doença que acomete Pelé

Doença que atinge 40 mil pessoas por ano pode ser prevenida e tem bom potencial de cura em estágios iniciais

20:14 | Dez. 24, 2022

Por: Bia Freitas
Ídolo segue internado sob cuidados paliativos (foto: )

Em setembro de 2021, durante exame de rotina, o ex-jogador da seleção brasileira Pelé foi diagnosticado com câncer de cólon intestinal. O astro não tem respondido à quimioterapia e está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde o último dia 29 de novembro, sob cuidados paliativos.

O câncer de cólon intestinal é um tipo de câncer ligado a mutações cromossômicas e se manifesta em diferentes regiões do intestino, afetando igualmente homens e mulheres. A doença, que atinge mais de 40 mil pessoas por ano, tem fatores genéticos familiares e está associada à Doença Inflamatória Intestinal e a hábitos como tabagismo, consumo excessivo de álcool e de carne vermelha.

Segundo o presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia, Sérgio Pessoa, que é coordenador da campanha nacional Março Azul, a doença normalmente se origina de um pólipo no intestino grosso que se maligniza. Por isso, o câncer de cólon intestinal tem uma prevenção efetiva e um grande potencial de cura quando diagnosticado em fases iniciais.

A presença da doença pode ser percebida diante de uma mudança de hábito intestinal, que se manifesta através de diarréia ou prisão de ventre sem razão aparente, presença de sangue nas fezes e, em estágios mais avançados, dores abdominais, perda de apetite e emagrecimento.

O diagnóstico se dá por meio de colonoscopia ou pela pesquisa do sangue oculto nas fezes. O cirurgião oncológico, Heládio Feitosa explica que “o câncer colorretal tem rastreio na população. É um dos cânceres que você pode fazer exames no sentido de diagnóstico precoce e prevenção, principalmente a colonoscopia.”

A colonoscopia é indicada a partir dos 45 de idade. Segundo o médico, caso o exame não apresente alterações, ele deve ser repetido somente em dez anos. Caso haja a detecção de pólipos, tumores benignos que podem se tornar cânceres, é necessário fazer a sua retirada.

A partir de um diagnóstico de câncer colorretal, o paciente deve procurar um cirurgião oncologista. O tratamento vai depender do estadiamento, ou seja, do estágio de evolução da doença, e da sua localização.

Heládio avalia que o caso de Pelé se trata de uma metástase, quando o câncer se espalha para outras áreas do corpo. Assim, é necessário avaliar quais órgãos foram comprometidos pela doença e se há possibilidade de remoção cirúrgica das metástases, além de realizar o tratamento quimioterápico.