Quadrinista brasileira acusa Netflix de plágio na nova série '1899'
Mary Cagnin fez uma série de publicações no Twitter para apontar as semelhanças entre a recém-lançada produção e uma HQ criada por ela em 2016
21:45 | Nov. 20, 2022
A ilustradora e quadrinista brasileira Mary Cagnin levantou suspeitas de que '1899', série lançada pela Netflix na última quinta-feira, 17, tenha plagiado elementos de uma história em quadrinhos (HQ) criada por ela. A obra 'Black Silence' foi lançada pela autora no Brasil em 2016 e divulgada na Europa um ano depois.
Em uma sequência de publicações no Twitter, Cagnin apontou semelhanças entre sua história e a trama assinada por Baran Bo Odar e Jantje Friese, mesmos criadores do sucesso Dark.
"Está tudo lá: A pirâmide negra. As mortes dentro do navio/nave. A tripulação multinacional. As coisas aparentemente estranhas e sem explicação. Os símbolos nos olhos e quando eles aparecem. As escritas em códigos. As vozes chamando por eles. Detalhes sutis da trama, como dramas pessoais dos personagens, incluindo as mortes misteriosas", escreveu.
A denúncia da quadrinista contra a plataforma de streaming, que foi publicada na madrugada deste domingo, 20, já ultrapassou 68 mil compartilhamentos e 234 mil curtidas. Veja a publicação:
ESTOU EM CHOQUE.
O dia que descobri que a série 1899 é simplesmente IDÊNTICO ao meu quadrinho Black Silence, publicado em 2016.
Segue o fio. pic.twitter.com/1deBicrBeQ
Ela explica que em 2017 foi convidada pela embaixada brasileira para participar da Feira do Livro de Gotemburgo, ocasião em que distribuiu seu trabalho para editores e pessoas do ramo. "Não é difícil de imaginar o meu trabalho chegando neles. Eu não só entreguei o quadrinho físico como disponibilizei a versão traduzida para o inglês", disse.
Mary desabafou: “Já chorei horrores. Meu sonho sempre foi ser reconhecida pela meu trabalho nacionalmente e internacionalmente. E ver uma coisa dessas acontecendo realmente parte meu coração. Sabemos que no Brasil temos poucas oportunidades para mostrar nosso trabalho e ser reconhecido por ele”.
O POVO entrou em contato com a Netflix para comentários sobre o caso, mas não recebeu resposta até o momento da publicação desta matéria. O texto será atualizado tão logo a resposta seja obtida.