Professora é chamada de macaca e encontra símbolos nazistas em carteiras de alunos em SP

Professora alega que administração escolar não tomou providencias e parou de lecionar, temporariamente, em forma de protesto

Uma professora da rede pública de São Paulo denuncia atitudes racistas e nazistas de alunos. Em 26 de outubro, a educadora Ana Koteban, de 41 anos, procurou a Polícia Civil com a cópia de uma das listas de presença. No papel, um dos alunos teria escrito "macaca" ao lado de seu nome. A professora ainda afirma que alunos fizeram desenhos com cunho neonazista em carteiras da escola.

Segundo informações do portal G1, ambos os casos teriam ocorrido na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Professor Linneu Prestes, em Santo Amaro. O primeiro caso foi datado do último 24 de outubro. Na unidade de ensino, a lista de presença costuma sair da sala dos professores e ir direto para as salas de aula, ficando lá até que todos os educadores anotem seus nomes junto com as lista de presença dos alunos. Depois, a ficha retorna à sala dos professores.

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As ofensas foram percebidas primeiramente por outros dois professores da escola, que encaminharam o documento para a diretoria. “A pessoa escreveu na lista de presença exatamente na coluna onde eu escreveria meu nome porque ela pretendia que eu visse. Demonstra uma ousadia e confiança na impunidade”, relata Ana Koteban.

No dia 26 de outubro, a educadora procurou a Polícia Civil. O caso foi registrado como injúria racial, que é ofender alguém com alguma palavra preconceituosa. Segundo Ana, a escola não teria realizado nenhum ato punitivo ou a procura por responsáveis. Por isso, ela chegou a parar de dar aulas em forma de protesto e decidiu usar o tempo de seu trabalho para conscientizar outros educadores e alunos sobre a gravidade do que ocorreu. A professora voltou a lecionar nessa quarta-feira, 9.

Símbolos neonazistas

Símbolos nazistas foram encontradas em carteiras de alunos
Símbolos nazistas foram encontradas em carteiras de alunos (Foto: G1/Reprodução)

Menos de uma semana após os ataques racistas, Ana Koteban foi notificada de outra atitude de intolerância de alguns de seus alunos. No dia 1º de novembro, integrantes do grêmio estudantil realizaram um ato dentro da escola para orientar alunos e cobrar da direção que o racismo fosse debatido.

Na ocasião, eles encontraram uma carteira com desenhos de uma suástica e das letras "SS", abreviação de Schutzstaffel, o "esquadrão de proteção" de Adolf Hitler e do Partido Nazista na Alemanha, nos anos de 1930.

Os estudantes tiraram fotos da carteira e depois a levaram à direção para que tomasse providências.

Secretaria de Educação de SP

Ana Koteban é professora da rede pública de São Paulo
Ana Koteban é professora da rede pública de São Paulo (Foto: G1/Reprodução)

Em resposta ao portal G1, a pasta responsável pela Educação se posicionou sobre os ataques racistas na Escola Professor Linneu Prestes. A SME repudiou os atos de discriminação e afirmou já estar com apuração interna em andamento. Leia na íntegra:

"A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Educação (SME), repudia qualquer ato de discriminação e racismo. Tão logo ficou sabendo do episódio, a Diretoria Regional de Ensino instaurou apuração interna, já em andamento, e está à disposição para colaborar com qualquer investigação oficial em curso.

O Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem (NAAPA), que conta com psicopedagogos e psicólogos, acompanha o caso e prestará todo o apoio necessário durante o processo.

A EMEFM Professor Linneu Prestes promove ações constantes com a temática antirracista, como rodas de conversa, apresentação de vídeos para discussão e elaboração de textos e, ainda neste mês, há na programação um seminário, onde alunos e professores irão participar.

A SME possui o Núcleo de Educação para as Relações Étnico-Raciais (NEER), com base nos princípios de Equidade, Educação Inclusiva e Educação Integral, com o objetivo central de fomentar e promover práticas antirracistas, inclusivas e acolhedoras a todas e todos. Formar profissionais atentos às desigualdades e comprometidos para sua superação perpassa os fazeres deste núcleo.

Neste ano, a Prefeitura de São Paulo adquiriu 741.333 livros literários sobre a temática étnico-racial para compor os acervos das escolas municipais e serem distribuídos entre os estudantes por meio do programa Minha Biblioteca. A compra faz parte do programa “São Paulo Farol Antirracista”, realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Relações Internacionais com intuito de promover ações de combate ao racismo."

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