SUS realiza cirurgia pediátrica inédita para tratamento de escoliose infantil

Criança operada tem oito anos e apresenta paralisia cerebral; além de reduzir o tempo de internação, nova tecnologia pode diminuir a exposição a novos procedimentos cirúrgicos

O Sistema Único de Saúde (SUS) realizou, pela primeira vez, uma cirurgia que utiliza técnica inovadora para corrigir quadros graves de escoliose e hipercifose infantis – problemas na coluna vertebral – com apenas uma operação. A paciente é uma criança de oito anos que apresenta paralisia cerebral.

O procedimento inédito aconteceu no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro, e foi também o primeiro no estado. Voltada para menores de dez anos, a nova tecnologia de alongamento da coluna diminui a exposição de crianças a novos procedimentos cirúrgicos, enquanto o tratamento convencional exige o retorno dos pacientes pediátricos a cada seis meses para a manutenção.

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Com o novo método, os médicos inserem um dispositivo que funciona como uma catraca e acompanha o alongamento vertebral da criança durante o desenvolvimento corporal. Além da menor quantidade de operações, a técnica reduz o tempo de internação dos pacientes, a duração da cirurgia, mantém a capacidade pulmonar e acaba com o risco de lesões na medula óssea.

Com o novo método, os médicos inserem um dispositivo que funciona como uma catraca e acompanha o alongamento vertebral da criança durante o desenvolvimento corporal
Com o novo método, os médicos inserem um dispositivo que funciona como uma catraca e acompanha o alongamento vertebral da criança durante o desenvolvimento corporal (Foto: Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia / Ministério da Saúde / Divulgação)

A nova técnica foi criada pelo médico ortopedista francês Lotfi Miladi, do Hospital Necker-Enfants Malades, vinculado à Universidade de Paris. O especialista esteve no Into no último dia 29, para participar do procedimento ao lado do chefe do Centro de Doenças da Coluna do Instituto, Ricardo Meirelles, e do ortopedista do mesmo Centro, Alderico Girão.

“Uma criança que chegava ao tratamento com sete anos realizava, no mínimo, seis cirurgias para completar a correção dessas doenças, então, além da redução da exposição a anestesias e infecções, há uma queda da reincidência desses procedimentos, e consequente aumento da produção cirúrgica para atender outros pacientes”, explica Meirelles.

“Esperamos devolver a essa criança equilíbrio do tronco e melhora na qualidade de vida”, finaliza.

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