Nove cães morrem com suspeita de com suspeita de intoxicação após ingerir petiscos

Outros seis cãezinhos estão internados, também com suspeita de infecção após ingerirem os petiscos caninos

11:42 | Set. 02, 2022

Por: Lara Vieira
O cãozinho John Snow morrem após ter ingerido produto supostamente contaminado (foto: G1/Reprodução)

Nove cães morreram após ingerir petiscos suspeitos de estarem contaminados. Segundo informações divulgadas pela Polícia Civil (PC-MG) nesse quinta-feira, 1°, até o momento, seis casos ocorreram em Belo Horizonte, um no município de Piumhi, também em Minas Gerais, além de outros dois óbitos registrados em São Paulo. Até o momento, há outros seis casos suspeitos de cachorros contaminados na capital mineira e dois em Goiás.

A Polícia Civil indicou a suspeita de contaminação por petiscos de três marcas: a Dental Care, a Every Day e a Petz Snack Cuidado Oral. Todos os petiscos são de fabricação da empresa Bassar. De acordo com um laudo preliminar da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os óbitos podem ter ocorrido devido a uma intoxicação por etilenoglicol, composto químico largamente utilizado como anticongelante automotivo.

"São lotes diferentes, são vários lotes. Os petiscos que as tutoras trouxeram para a gente, todos já foram encaminhados para a realização da perícia técnica científica da Polícia Civil, então, a gente agora aguarda o laudo em relação aos petiscos", informou a delegada responsável pelo caso, Danúbia Quadros, ao portal G1.

A delegada solicitou aos tutores que identificaram mal-estar em seus cães ou que tenham se hospitalizado após ingerir petiscos caninos, que procurem a Polícia Civil para investigação. Os petiscos devem ser retirados de circulação pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). 

 

Vítima

 

O cãozinho John Snow, da raça spitz alemão, foi um dos pets que morreu após ingerir os petiscos supostamente contaminados. Segundo sua tutora, a médica veterinária Júlia Mathias, ele chegou a passar por vários tratamentos, inclusive por hemodiálise. O cãozinho não resistiu e morreu por insuficiência renal.

"Ele ingeriu esse petisco, que foi a única coisa diferente que ele consumiu da dieta dele, e a gente percebeu que ele começou a ficar muito prostrado, no dia seguinte. E não estava aceitando alimentação", declarou a tutora ao portal G1.

Júlia Mathias informou que o cão parecia estar com dores abdominais, além de ter apresentado vômitos e diarreia. "Como sou veterinária, logo levei ele para atendimento porque eu percebi que ele estava com muito desconforto", contou.

O que diz a empresa

 

Em nota enviada ao O POVO, a Bassar Pet Food informou que retirou do mercado o lote do produto Everyday e que os demais produtos citados foram enviados para análise no laboratório no Centro de Qualidade Analítica. A empresa ainda reforçou que não há nenhum laudo conclusivo sobre a causa das mortes dos cães e que está segura da excelência e da segurança de seus processos de fabricação.

Confira nota completa:

"A Bassar Pet Food informa que enviou os produtos citados para análise no laboratório no Centro de Qualidade Analítica, cujo resultado deve ser divulgado nos próximos dias. Por precaução, a companhia iniciou a retirada do mercado do lote 3554 do produto Everyday.

A empresa informa que vem tomando todas as providências para esclarecimento do fato desde o dia em que recebeu o primeiro relato de possível intoxicação. A Bassar reforça que não há nenhum laudo conclusivo sobre a causa das mortes dos cães e está segura da excelência e da segurança de seus processos de fabricação.

Funcionários do Ministério da Agricultura realizaram inspeção na empresa em diferentes ocasiões nos últimos dias e atestaram que a fábrica atende a todos as normas de segurança alimentar e de produção. Os laudos do MAPA comprovam ainda que não há contaminação na linha de produção.

A companhia não utiliza e nunca utilizou o etilenoglicol na fabricação de nenhum de seus produtos. O propilenoglicol utilizado é um aditivo alimentar presente em alimentos humanos e animal em todo o mundo. A Bassar adquire esses insumos de empresas idôneas e devidamente registradas no MAPA.

Em seus 5 anos de história, a Bassar Pet Food jamais passou por situação semelhante, se solidariza com a dor dos tutores e reforça a confiança nos processos de fabricação, além de reiterar que preza pela qualidade de seus produtos e pelo bem-estar e satisfação de seus clientes".