MS: Fotógrafo cearense faz ensaio inédito em fervedouro de águas cristalinas
O fotógrafo Ruver Bandeira teve a oportunidade de fotografar e visitar, em primeira mão, o fervedouro descoberto em Bodoquena (MS). No ensaio, a modelo que protagonizou as imagens não fez uso de nenhum suporte de arQue o Brasil é um país cercado de riquezas naturais, especialmente em suas florestas, muitas pessoas já sabem. Mas quando o assunto é registrar a natureza subaquática, ainda pouco conhecida, o professor e fotógrafo cearense Ruver Bandeira tem domínio. Em julho deste ano, o cenário para as fotos registradas por ele foi um fervedouro recém-descoberto na Nascente da Serra de Bodoquena, em Mato Grosso do Sul.
Embaixo d’água, com temperatura de aproximadamente 24°C, Ruver e a modelo que protagonizou os registros, Paula Corrêa, puderam contemplar o cenário paradisíaco do local.
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O fotógrafo conta que, anteriormente, já tinha visto algumas imagens do Rio Azul e desejava fazer um ensaio com modelo em apneia, isto é, utilizando o ar dos pulmões para o mergulho.
Não é a primeira vez que o fotógrafo vai ao estado sulista a trabalho. Desta vez, o anseio de Ruver era, a princípio, registrar uma sucuri de sete metros de comprimento. Contudo, a espécie entrava em período de acasalamento no julho em que ele estava por lá.
“Sabendo disso, os proprietários da fazenda onde o fervedouro se localiza me convidaram para fazer as primeiras imagens do local, que foi descoberto recentemente e será uma nova atração turística de Bodoquena no futuro”, disse Ruver.
Para ele, as imagens inéditas do novo fervedouro foram uma experiência única na carreira dele como fotógrafo.
“O lugar é simplesmente incrível, você respira natureza em toda a sua essência, pois além de ter uma água cristalina com visibilidade surreal, a flora e a fauna são riquíssimas. Uma verdadeira floresta alagada”, relata.
Veja as imagens do Fervedouro na Nascente da Serra de Bodoquena
Durante os registros, algumas das dificuldades encontradas em fotografar abaixo da superfície foram as bolhas de oxigênio que se formavam no domo da caixa subaquática em que ele posicionou a câmera.
A modelo precisou fazer apneia de forma segura, considerando que, para isso, ela não utilizou nenhuma fonte alternativa de ar.
“Essas bolhas, que se formam devido à fotossíntese das plantas que crescem embaixo d’água, grudam no domo da caixa subaquática onde se coloca a câmera. Isso pode facilmente arruinar a fotografia. Tem que se ter paciência e experiência para antes de cada fotografia limpar e retirar as bolhinhas da cúpula de vidro.”
Experiência e paciência foram o que fizeram, inclusive, uma imagem registrada por Ruver nas águas cristalinas de Bonito (MS) ficar entre as 15 melhores do ano de 2021 no prêmio International 35AWARDS, um dos maiores no universo da fotografia.
Para os próximos desafios, Ruver deve persistir na ideia de fotografar a sucuri.
“A ideia é fazer uma imagem com uma grande sucuri no primeiro plano e atrás dela a modelo com roupas convencionais, de forma submersa. Infelizmente, devido ao período de acasalamento dessas cobras incríveis, não tivemos a sorte de poder fazer esse ensaio. Mas é o foco da próxima expedição fotográfica”, destacou o fotógrafo.