Dona de celular resgata aparelho usado como prova contra anestesista
Uma técnica de enfermagem, de 36 anos, do Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, esteve hoje (14) na Delegacia de Atendimento a Mulher (Deam) da Baixada Fluminense para resgatar o telefone celular usado para fazer as imagens do anestesista Giovanni Quintella Bezerra estuprando uma paciente após o parto.
O aparelho foi periciado pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli para comprovar que não houve nenhum tipo de manipulação no aparelho. Nas imagens, o médico fica mais de 10 minutos, naquela posição, junto a cabeça da paciente, que está inerte, totalmente dopada e que, vez por outra, é puxada pela cabeça pela mão do anestesista.
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Enquanto a equipe médica está concentrada na sutura da paciente, o anestesista fica do outro lado, junto a cabeça da paciente, no centro cirúrgico, protegido por um tipo de capa enorme, que não é usada normalmente por anestesistas. Ele fica com o ombro encostado junto ao pano usado para separar a equipe médica do anestesista, arrumando o pano sempre que foge do seu ombro. A finalidade é ficar mais escondido, para praticar o crime contra uma pessoa indefesa e vulnerável.
No domingo (10), o anestesista Giovanni Bezerra participou de três cirurgias de cesariana. O marido da segunda mulher, que teve gêmeos no Hospital da Mulher, esteve hoje à tarde, prestando depoimento à polícia. Ele deixou a delegacia sem conversar com os jornalistas. A primeira mulher que teve filho no domingo, chegou acompanhada do advogado, usando um capuz e também deixou a delegacia sem falar com os repórteres. O advogado disse apenas que ela tem 30 anos e é mãe solo.
Exame de HIV
A titular da Deam, delegada Bárbara Lomba, informou que não descarta pedir na Justiça que o anestesista seja obrigado a fazer um exame de HIV. A delegada disse que a mulher estuprada durante o parto tomou um coquetel anti-HIV no domingo, seguindo o protocolo para os casos de violência sexual.
Medidas
O governador Cláudio Castro visitou hoje pela manhã o Hospital da Mulher Heloneida Studart. “Fiz questão de parabenizar a coragem da equipe que denunciou esse monstro [o médico Giovannni Bezerra] anestesista que está preso e no lugar que merece”.
Castro disse ainda que determinou para a Secretaria de Saúde a revisão de todos os protocolos e procedimentos. “O governo do Estado já está dando toda assistência à vítima e o apoio para a equipe que atuou no caso. Meu compromisso é garantir que uma atrocidade como essa não volte a se repetir”.
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