Bahia: Após morte de PMs, pelo menos 16 escolas não funcionam

Três policiais foram mortos na região em menos de 24h

O temor que toma conta de Cajazeiras desde o final de semana, quando três policiais militares foram mortos em 24 horas, chegou às instituições públicas de ensino na região. Pelo menos 16 colégio e escolas estão sem aulas desde a segunda-feira (9).

No sábado (8), o soldado Alexandre José Ferreira Menezes Silva, 30, levou um tiro de fuzil na cabeça quando fazia ronda no bairro Águas Claras. No dia seguinte, os soldados Shanderson Lopes Ferreira e Victor Vieira Ferreira Cruz foram atacados por criminosos depois do velório de Alexandre. Eles foram alcançados no bairro Fazenda Grande I, Boca da Mata.

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Segundo a Secretária Municipal de Educação (Smed), 14 unidades escolares estão com as aulas suspensas em "decorrência do clima de insegurança".

"Essas escolas têm, no total, 2.866 alunos matriculados", diz nota enviada à redação.

A reportagem procurou saber da Secretaria Estadual de Educação (SEC) quantas unidades não estão funcionando, mas não obteve resposta.

Porém, a reportagem constatou a situação em duas unidades da rede estadual. No Colégio Estadual Santa Rita de Cássia, no antigo final de linha de Águas Claras, quem confirma o problema é o porteiro. "Realmente, não estamos funcionando desde ontem por causa desses acontecimentos", disse ele, informando em seguida que não tinha autorização para dar mais detalhes.

No Colégio Estadual Ana Bernardes, em Cajazeira VI, pais e alunos foram informados da suspensão através de uma mensagem num grupo de aplicativo da instituição.

"A diretora enviou um áudio dizendo que não para ninguém ir, pois não ia ter aula. Isso foi por causa das mortes dos policiais. Está tudo mundo com medo. As pessoas estão andando no pânico e aí a diretora adotou essa medida. Eu, como mãe, acho certa, porque nós também estamos apavorados", contou a mãe de uma aluna. "Estamos sem funcionar desde a tarde de ontem. Mesmo com a polícia, o clima aqui está muito tenso", contou o porteiro.

A Escola Municipal Eduardo Campos, em Águas Claras, é das 14 unidades escolares da rede municipal que também não está funcionando. "E não há previsão de quando tudo será normalizado. Claro que a gente quer que os nossos filhos vão para a escola, mas sem segurança, eu prefiro que não tenha aula", disse a mãe de um aluno.

A situação é a mesma na Escola Municipal Iraci Fraga, também em Águas Claras. "A situação aqui é tão grave, que até as escolas pararam. Meu filho foi informado pelo grupo da sala de aula, com o áudio de uma professora. Nós, pais, estamos apreensivos, porque queremos os nossos filhos nas salas, mas com todo esse clima é impossível", declarou a mãe de dois alunos.

Sobre a situação dos colégios e escolas em Cajazeiras, a reportagem procurou a Polícia Militar para saber qual o posicionamento, mas até o momento não obteve resposta.


Do Correio 24h para a Rede Nordeste

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