Nordeste tem 16 meteoritos catalogados até abril de 2022; três foram registrados no Ceará
Seis dos nove estados do Nordeste têm registros de meteoritos, com destaques para a Bahia e o Pernambuco, com seis e quatro meteoritos mapeados, respectivamente
18:12 | Abr. 27, 2022
Até abril deste ano, 16 meteoritos de diferentes tipos foram registrados na região Nordeste do Brasil. Com mapeamento realizado pelo Meteoritical Bulletin DataBase e divulgado pelo Núcleo de Estudos em Meteoritos da Universidade Federal da Bahia (UFBA), os objetos foram encontrados em seis estados: Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará.
Por convenção da Sociedade Meteoritica Internacional, os meteoritos são nomeados de acordo com a cidade ou localidade geográfica mais próxima de onde foi recuperado. Seu nome não está relacionado a pessoa que o achou. Caso a chegada do meteorito à superfície do planeta Terra seja testemunhada, este é classificado como “queda”. Do contrário, se for encontrado em campo, ele é classificado como achado, desde que não tenha correlação com nenhum evento registrado.
Os estados de Alagoas, Piauí e Sergipe não apresentam registros oficiais de meteoritos, de acordo com os dados disponíveis da Meteoritical Bulletin DataBase.
Os destaques são da Bahia, com seis meteoritos catalogados: Palmas de Monte Alto, Quijingue, Rio do Pires, Três Irmãos, Vitória da Conquista e Bendegó, sendo este último o primeiro meteorito reconhecido no Brasil e o maior em termos de tamanho e massa da coleção brasileira.
Ao O POVO, Leidiane Ferreira, pesquisadora do Núcleo de Estudos em Meteoritos da UFBA, conta que o meteorito Bendegó, que possuía, ao ser encontrado, massa inicial de 5.360 kg, tornou-se um dos mais conhecidos do mundo.
“Quando ele foi descoberto, em 1784, muitos estudiosos não acreditavam na existência de rochas de origem extraterrestre que chegam à superfície do nosso planeta: meteoritos. O meteorito Bendegó é um marco na ciência, de grande importância, pois colaborou para o desenvolvimento e reconhecimento da Ciência Meteorítica Mundial”, afirma.
Outro estado que se destacou em quantidade de registros meteoríticos foi Pernambuco, somando quatro catalogados, sendo eles o Santa Filomena, Serra de Magé, Socorro e Vicência.
“O meteorito Santa Filomena é decorrência de uma “chuva de pedras” que atingiu a cidade de Santa Filomena em 2020, no qual vários fragmentos do meteorito caíram na região, atraindo pessoas de todo mundo à procura dos fragmentos”, pontuou a pesquisadora.
Conforme informações do astrônomo amador da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), Lauriston Trindade, no Ceará, em Campos Sales, a 504,7 km de Fortaleza, um evento parecido ao ocorrido em Santa Filomena foi registrado no ano de 1991, e possibilitou que pesquisadores pudessem realizar estudos e registrar oficialmente o fenômeno.
“A chuva de meteoritos aconteceu em 1991, na noite do dia 31 de janeiro, e atingiu uma área rural próxima de Campos Sales. Depois de 15 dias do acontecimento foram recuperados um total de 23,68 kg de fragmentos ao longo de uma estrada por W. Vieira, T. V. Costa e J. N. Neto. Trata-se de um meteorito condrito L5”, disse.
Confira tabela completa dos meteoritos da região Nordeste:
* Dados referentes a abril de 2022