Casal gay do DF tem primeiros gêmeos do País com a genética dos dois pais

Nascimento dos gêmeos com a genética dos dois pais só foi possível após a aprovação da Resolução 2.294/2021, do Conselho Federal de Medicina (CFM), sendo os primeiros do Brasil

Os engenheiros civis Gustavo Catunda e Robert Rosselló se tornaram pais dos primeiros gêmeos do Brasil com a genética de ambas as famílias do casal. O nascimento de Marc e Maya aconteceu às 11 horas da quarta-feira, 23, no Distrito Federal, e só foi possível após a aprovação da Resolução 2.294/2021, do Conselho Federal de Medicina (CFM), que permite o uso de óvulos de parentes de até quarto grau para gerar bebês por meio de reprodução assistida.

No caso de Marc e Maya, foi usado o sêmen de Robert e o óvulo da irmã de Gustavo, enquanto quem gerou os gêmeos por 35 semanas foi Lorenna Resende, prima de Gustavo, segundo informações do G1 Distrito Federal. Para celebrar a conquista, o casal criou um perfil no Instagram onde foi compartilhado todo o processo de fertilização in vitro, da gestação, além do chá de revelação dos sexos dos gêmeos, o pré-parto e a tão esperada chegada dos bebês.

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Sonho de ser pai

O romance de Robert e Gustavo começou quando eles se conheceram no primeiro semestre da faculdade de engenharia civil, há mais de dez anos. Inicialmente, se tornaram grandes amigos, mas começaram a namorar dois anos depois, sendo a primeira e única experiência homoafetiva dos dois. Com o passar dos anos, o casal começou a pensar na possibilidade de se tornar pais, assunto que já era conversado entre os dois quando eram apenas amigos.

"Sempre sonhamos em ter filhos. Era uma conversa que tínhamos enquanto amigos. Sempre falávamos que nossos filhos iriam brincar juntos. Uma das primeiras conversas que tivemos foi: 'Tá, e agora, como vamos fazer para ter filhos?'”, explicou Gustavo ao G1. Além disso, o desejo do casal desde o início era que o bebê tivesse a genética dos dois pais, mas isso não era possível no Brasil na ocasião. Eles, então, começaram a pensar em outras formas de paternidade, como adoção ou barriga de aluguel.

Para a segunda opção, no entanto, eles teriam que fazer o processo em outro país. "Até que minha prima aceitou ser nossa barriga solidária e voltamos com a ideia inicial de fazer a misturinha de nós dois [...] Às vésperas de a gente assinar a compra dos óvulos, num banco internacional, a lei mudou no Brasil", contou Gustavo. O casal explicou ao G1 que ficou ansioso desde o início, mas que conseguiu passar por tudo por meio do apoio recebido pelas famílias.

Para o casal, Marc e Maya são o "maior milagre" já vivenciado por eles, além de também representarem "a construção do maior legado dessa história de amor". Gustavo pontuou que espera que a família construída por ele e por Robert mantenham a tradição de parceria, afeto, carinho e fidelidade, uma vez que, para ele, "família é a base de tudo". "Espero que sejamos essa base para nossos filhos", completa Gustavo.

 

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