Família de brasileira presa na Tailândia não sabia da viagem e acha que jovem foi enganada

Jovem trabalhava de carteira assinada em churrascaria e sonhava em abrir uma loja de bolos com a irmã. Envolvimento com tráfico era desconhecido por familiares e amigos

12:26 | Fev. 22, 2022

Por: Redação O POVO
Mary Hellen Silva, foi detida em fevereiro junto de outros dois homens, também brasileiros, ao desembarcar no aeroporto de Bangkok, na Tailândia, portando 15,5 kg de cocaína (foto: Arquivo Pessoal Família)

Mary Hellen Coelho Silva, de 21 anos, presa na Tailândia por tráfico de drogas desde o dia 13 de fevereiro, não contou para a família que faria uma viagem internacional. A brasileira pede ajuda para voltar ao Brasil e não cumprir pena no país asiático, que prevê condenação à morte em alguns casos de tráfico. A irmã de Mary Hellen acredita que a jovem pode ter sido enganada a levar a droga para o país.

Segundo Mariana Coelho, irmã de Mary, a jovem pediu demissão da churrascaria em que trabalhava na cidade de Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais, dias antes de viajar. As duas vendiam bolos para complementar a renda e sonhavam em abrir uma loja. Para a irmã, Mary Hellen falou que iria para Curitiba, sem especificar o motivo da viagem.

Só quando recebeu um áudio da irmã implorando por ajuda foi que Mariana ficou sabendo da viagem para a Tailândia. Mary Hellen e outros dois brasileiros foram presos no aeroporto de Bangkok com 15,5 kg de cocaína. A família agora tenta encontrar um advogado que ajude a jovem a voltar para o Brasil. No entanto, Mary continua sem defesa.

“A gente quer ajuda. Alguma ONG, algum advogado de renome, alguma autoridade, o Itamaraty. Esse caso tem que chegar à Presidência da República. Se ela errou ela tem que pagar, mas com prisão, no país dela. Não pena de morte. Ela é uma jovem de 22 anos, meu Deus! Ela foi induzida a viajar. Não sabia do risco”, disse Mariana para o jornal O Globo.

Envolvimento com tráfico era desconhecido

 

Em entrevista ao G1, uma amiga de Mary Hellen, Angelique Sanches, afirmou não saber do envolvimento da jovem com o tráfico de drogas. Ela conta que Mary viajava bastante pelo Brasil e fumava maconha. A viagem para Curitiba, para a irmã, seria feita com o intuito de encontrar um homem que Mary teria conhecido na internet.

As duas afirmaram que Mary Hellen é uma jovem esperta e inteligente. Ela trabalhava de carteira assinada, tinha voltado aos estudos e fazia aulas de habilitação em uma autoescola da cidade. Angelique também acredita que a jovem foi enganada ou induzida a ir para a Tailândia com a droga na mala. "Ela jamais iria para um lugar onde há pena de morte. Ela não iria arriscar tudo por isso”, disse ao G1.

Itamaraty acompanha o caso

 

O Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, afirmou que acompanha o caso e presta assistência aos três brasileiros presos na Tailândia por meio da embaixada brasileira em Bangkok.

Outros dois brasileiros já foram condenados à pena de morte por tráfico de drogas internacional. Na Indonésia, Rodrigo Gularte, de 42 anos, foi executado em 2015 após cumprir mais de 10 anos de prisão. Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, também foi executado naquele ano no mesmo país asiático.