Semana de Arte Moderna: veja destaques do centenário

Marco inaugural do Modernismo brasileiro, a Semana de Arte Moderna reuniu músicos, poetas, escritores, artistas plásticos e intelectuais brasileiros em um evento que buscou introduzir tendências de um novo século em todas as expressões culturais brasileiras.
Centenária, mas moderna, Villa-Lobos - representante da vanguarda musical brasileira na época - reverberou em outros movimentos culturais que só nasceriam décadas depois. Grandes nomes das artes plásticas, como Tarsilla do Amaral e Di Cavalcanti - que participaram da Semana de 22 - ainda influenciam movimentos culturais brasileiros até hoje, é o que mostra a segunda reportagem exibida pela TV Brasil.

Mudança cultural

Revolucionária, mas também polêmica, a Semana de 22 dividiu a sociedade. Enquanto alguns celebravam a nova estética, parte da crítica e do público rejeitavam a filosofia trazida pelo movimento. Poemas, músicas, esculturas e apresentações foram vaiadas, enquanto jornais relatavam com estranheza o marco cultural. Ouça a primeira parte do especial produzido pela Radioagência Nacional:

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Parte 1 - Especial Semana de Arte Moderna de 22: refazendo o cenário

Uma das críticas recorrentes à Semana de Arte Moderna é que o Modernismo, na verdade, já estava em curso anos antes do evento. O surgimento de ideais modernistas puramente brasileiros e livres de influências externas também abriu espaço para o nascimento do Nacionalismo, do Verde-Amarelismo e do Integralismo brasileiro - ideologias que mais tarde contrapunham a ideia inicial do movimento.

Parte 2 - Especial Semana de Arte Moderna de 22: qual tamanho da revolução?

O Manifesto Antropofágico, obra de Oswald de Andrade, propunha que a cultura brasileira "devorasse" a cultura europeia para, assim como acreditavam os canibais, absorver a força e a essência do que havia de bom na arte do velho continente. O resultado seria algo puramente brasileiro, vanguardista e distante das raízes coloniais, com uma proximidade até então inédita dos povos indígenas originários das terras brasileiras.

Parte 3 - Especial Semana de Arte Moderna de 22: o canibalismo dos brancos

Linha do tempo da Semana de 22

O fervor cultural que culminou na Semana de Arte Moderna é a soma de diversos fatores sociais que circulavam entre a sociedade intelectual anos antes da concretização do movimento. A semente da Semana de Arte Moderna foi plantada em 1921, em uma reunião no Grande Hotel da Rotisserie Sportsman, onde hoje é a prefeitura paulistana. Lá, intelectuais e artistas se encontraram com o escritor e diplomata Graça Aranha. Entenda a cronologia do evento e conheça as mentes por trás da Semana de 22 no texto da repórter Elaine Cruz, da Agência Brasil.

Exposição Era Uma Vez o Moderno [1910-1944], com curadoria do pesquisador Luiz Armando Bagolin e do historiador Fabrício Reiner, no Centro Cultural Fiesp, Avenida Paulista.


Em São Paulo - cidade que sediou a Semana de 22 -, diversos eventos culturais foram montados para relembrar e comemorar o movimento brasileiro. Veja quais foram as principais atrações espalhadas pela cidade durante a celebração do centenário.

 O Memorial da América Latina é um centro cultural, político e de lazer, inaugurado em 18 de março de 1989 na cidade de São Paulo


Palco da maior expressão de efervescência cultural da história do Brasil, o Theatro Municipal de São Paulo é considerado marco simbólico do movimento Modernista. Lá, foram expostas caricaturas dos grandes nomes que participaram da Semana de 22.

A Casa Mário de Andrade, onde viveu um dos principais escritores e intelectuais do Modernismo, integra a Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo.


Mito? Construção histórica? Afinal, o que foi a Semana de Arte Moderna e qual foi a real influência do evento sobre a cultura nacional? Centralizada e pouco diversa, a Semana de 22 não apresentava todas as faces da expressão cultural brasileira que existiam no momento - é o que afirmam historiadores e estudiosos do marco cultural. Saiba mais sobre a revisão histórica da Semana de Arte Moderna.

Theatro Municipal de São Paulo Theatro Municipal de São Paulo, década de 1930. Arquivo Nacional.


As raízes e os fundadores do Modernismo brasileiro romperam com correntes de pensamento europeias, como o Parnasianismo. De normas estéticas rígidas e altamente focado na retomada clássica da arte e cultura, o movimento vigente até então era considerado conservador. A ruptura e o contraste entre as propostas da Semana de Arte Moderna e seus antecedentes gerou desconforto, mas também libertação: os intelectuais brasileiros conceberam a filosofia que daria forma à produção de arte nacional. Entenda o antes, o durante e o depois da revolução cultural da Semana de Arte Moderna.

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