Petrópolis: corpos de jovem, madrinha e bebê de 1 ano são encontrados

Adolescente estava na cidade para ver a afilhada. Quando soube da notícia, mãe viajou 120 km para participar das buscas pela filha

No sofá de casa, abraçada com a madrinha e com a pequena Helena, de 1 ano. Foi assim que o corpo de Maria Eduarda, conhecida como Duda, foi encontrado. A jovem, de 17 anos, é filha de Gizelia de Oliveira Carminate, mãe que comoveu o Brasil após procurar filha e familiares na lama com uma enxada e, até mesmo, com as próprias mãos. No início da tarde desta quarta-feira, 16, os óbitos foram confirmados.

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Duda estava entre as dezenas de pessoas que foram soterradas no Morro da Oficina, um dos locais mais afetados pelo deslizamento de terra. “Ela veio para ver a afilhada e acabou morrendo desse jeito”, disse Gizelia, de 36 anos, em depoimento para o jornal O Globo. A mãe estava em Juiz de Fora (MG), cerca de 120 quilômetros de Petrópolis, e saiu ainda de madrugada para buscar a filha.

“Fiz de tudo, tudo mesmo. As casas estão todas destruídas. Isso aqui acabou. Elas morreram porque não conseguiram respirar”, contou a mãe aflita. Gizelia chegou ao local da tragédia antes mesmo do Corpo de Bombeiros. Com uma enxada nas mãos, começou a procurar entre os destroços pelos familiares.

Enquanto percorria o terreno, ela chamava por “Duda” e pedia ajuda para tentar encontrar os demais entes queridos. “Tem que mexer, mas ninguém tá mexendo. É uma bebê de 1 ano sem respirar debaixo dessa lama. Você consegue?”, pedia Gizelia. Ao longo do dia, a mãe continuou acompanhando de perto o trabalho dos socorristas.

Adolescente, de 17 anos, trabalhava em um salão de cabeleireiro tinha o sonho de ser modelo
Adolescente, de 17 anos, trabalhava em um salão de cabeleireiro tinha o sonho de ser modelo (Foto: Redes Sociais/Reprodução )

"Minha filha era a coisa mais linda que tem no mundo. Te juro por deus. Uma princesa, 17 anos", disse Gizelia, após saber da morte da filha, da comadre e da bebezinha Helena. A mãe ainda relatou que a adolescente, que mora no Rio, estava na cidade a quatro dias para ver a afilhada.

Em seis horas, na região de Petrópolis, choveu o previsto para todo o mês de fevereiro. De acordo com o mais recente boletim, emitido pelo Corpo de Bombeiros por volta das 15h55min desta quarta, já são 67 vítimas da tragédia.

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