Autotestes de Covid-19 devem ser vendidos a partir de março

Exigências de detalhamento sobre as condições de uso e falta de documentação impedem registro da Anvisa de venda dos autotestes de Covid-19 por empresas do ramo farmacêutico, aponta presidente da Abrafarma

22:48 | Fev. 14, 2022

Por: Bruna Lira
Ceará soma 1.204.050 casos confirmados de Covid-19 (foto: Breno Esaki)

Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) indicou que o número de testes positivos para a Covid-19 em farmácias registrou queda de 39% na primeira semana de fevereiro. Durante o período, foram contabilizados 36,7% diagnósticos positivos, contra 42,3% na semana anterior.

No total, o volume de testagens contou com 450.274 exames, contingente 29% inferior ao da semana de 24 a 30 de janeiro. O volume de resultados positivos totalizou 165.447, contra 269.245 da semana anterior.

“Chegamos a fazer 750 mil testes por semana, quando estávamos no pico da pandemia, agora recuamos para cerca de 450 mil testes. No caso das farmácias, nós temos um limite diário. Estamos falando de 4.700 farmácias da Abrafarma, que fazem até 36 testes por dia”, disse o presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, em entrevista ao jornalista Jocélio Leal da rádio O POVO CBN.

Com a crise de gripe H3N2, neste início de ano, as farmácias brasileiras se viram com problemas de alta procura e baixa oferta de medicamentos como os antigripais, xaropes, remédios para febre e outros. Contudo, quanto aos itens de proteção contra a Covid-19, como máscaras e álcool em gel, não houveram dificuldades em encontrá-los nas prateleiras das farmácias locais.

Em janeiro, a diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por unanimidade, aprovou o uso e a comercialização de autotestes para detecção de Covid-19 no Brasil.

Os autotestes para Covid-19 são avaliados pelo Instituto Nacional de Controle da Qualidade em Saúde (INCQS) para confirmação de desempenho, de forma independente. A norma exige sensibilidade e especificidade mínimas, de 80% e 97% respectivamente. A exigência é feita para esses testes pois eles são destinados ao público leigo, existindo maior assimetria de informação do que os testes profissionais.

Conforme informações do presidente da Abrafarma, até o momento, cerca de 50 empresas pediram registro na Anvisa. Porém, 15 delas foram negadas por falta de documentação ou detalhamento específico nos manuais de aplicação dos autotestes. Estes devem ter valor unitário por volta de R$50, com tendência à redução de preço variando em consonância às distribuidoras.

"O autoteste é uma ferramenta auxiliar muito interessante, pois ele ajuda no controle da pandemia sob o ponto de vista do cidadão. É um instrumento de cidadania, você cuida do entorno, da família. Por exemplo, caso se encontre contaminado e precise testar negativo para retornar ao trabalho ou poder voltar a ter contato com familiares, utiliza-se o autoteste. Então, ele pode ser muito útil para auxiliar a população na prevenção contra a Covid-19", completa Sérgio Mena.