Apologia ao nazismo: Monark e Flow Podcast podem pagar indenização e ser presos

Monark e responsáveis por podcast podem pagar indenização e ser presos por apologia ao nazismo, avalia Ministério Público

Em caso de condenação, o influencer Bruno Aib (Monark) e os responsáveis pelo Flow Podcast podem pagar indenizações e até serem presos pela Justiça, conforme avaliação do Ministério Público de São Paulo (MPSP). O grupo de podcast é investigado por apologia ao nazismo e discriminação contra judeus durante um programa ao vivo realizado na última segunda-feira, 7.

Durante o podcast Flow, Monark teria defendido a criação de partido nazista e direito de ser "antijudeu". Para o MPSP, o influencer "teria defendido a existência de um partido com ideologia nazista no Brasil, bem como ainda defendido o direito ao antissemitismo", o que, em tese, contraria a Lei Nº 7.716, de 5 de janeiro 1989Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor . Com o intuito de se retratar, Monark alegou estar "bêbado".

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O Ministério Público apura o caso nas esferas cível e criminal. Na esfera cível, ele pode ser julgado por dano moral coletivo à sociedade e na esfera criminal, por divulgar conteúdo nazista durante programa. A promotora de Justiça Maria Fernanda Pinto, do Grupo Especial e Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância (Gecradi), está investigando o apresentador.

Ela instaurou procedimento com esse objetivo nessa terça-feira, 8. Caso haja denúncia e condenação, o investigado está sujeito a uma pena de reclusão que varia de um a três anos. A Constituição Federal estabelece, no inciso XLII de seu artigo 5º, que a prática de racismo configura crime inafiançável e imprescritível.

 

A fala de Monark no podcast foi transmitida ao vivo para mais de 400 mil pessoas. Entidades como o Museu do Holocausto, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a Federação Israelita de São Paulo questionaram as afirmações do influencer. 

Já os promotores Anna Trotta e Reynaldo Mapelli Júnior determinaram a expedição de ofício ao YouTube, solicitando a retirada do vídeo objeto de investigação, bem como o encaminhamento da relação com todos os comentários realizados durante a apresentação ao vivo.

Monark e os responsáveis pelo Flow Podcast serão chamados pelas duas promotorias e pela Polícia Civil para explicarem a defesa de que deveria haver um "partido nazista reconhecido pela lei" e que "se um cara quisesse ser antijudeu, eu acho que ele tinha o direito de ser". 

Adrilles Jorge defende Monark

O comentarista Adrilles Jorge defendeu Monark durante participação em programa da Jovem Pan News. Além disso, no encerramento da participação do comentarista, ele finalizou com uma saudação nazista, o que em tese contraria os dispositivos da Lei 7.716/89. Após essa ação, Adrilles se tornou alvo de investigação do MPSP, na quarta-feira, 9.

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