Caso Moïse: familiares do congolês afirmam ter sofrido intimidação por PMs
O congolês Moïse foi espancado até a morte na semana passada em um quiosque no Rio de Janeiro. Familiares do refugiado afirmam que foram ameaçados por policiais
21:00 | Fev. 03, 2022
Familiares do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos de idade, espancado até a morte na semana passada em um quiosque no Rio de Janeiro, afirmam que foram intimidados por dois policiais militares do 31º BPM, responsáveis pela investigação do crime.
As supostas ameaças, segundo os parentes do refugiado, ocorreram duas vezes pelos mesmos agentes, que os abordaram no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, em momentos que buscavam respostas sobre a motivação do assassinato. A informação da intimidação foi revelada pela Folha S. Paulo.
Segundo a família de Moïse, a primeira vez que os dois policias foram vistos foi na mesma noite do crime, dia 24 de janeiro. Imagens das câmeras de segurança do quiosque teriam filmado a dupla de PMs no local, no entanto, os recortes do vídeo das agressões, disponibilizadas pela Polícia Civil à imprensa, não mostram esse momento.
Por meio das gravações, três homens envolvidos no homicídio foram identificados e presos, sendo eles Fábio Pirineus da Silva, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e Brendon Alexander Luz da Silva.
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Caso Moïse: a primeira intimidação por PMs, segundo família
Ainda de acordo com os parentes de congolês, a primeira intimidação ocorreu um dia após o assassinato. Em busca de informações sobre o caso, eles afirmam ter ido ao quiosque Tropicália conversar com o dono do estabelecimento e pedir para ele fosse à Delegacia de Homicídios (DH) prestar depoimento, o que até aquele momento ainda não havia acontecido.
No entanto, na ocasião, os dois policiais da noite anterior apareceram e começaram a pedir que os parentes de Moïse apresentassem seus documentos. Logo em seguida, os PMs pediram para que o dono do estabelecimento não desse nenhuma informação à família, já que a investigação seria realizada pela Polícia Civil. Após a inibição, os agentes exigiram que os parentes de Moïse fossem embora do local.
Caso Moïse: a segunda intimidação por PMs, segundo família
A segunda intimidação ocorreu no sábado da semana do assassinato, dia 29 de janeiro, durante um protesto em frente ao quiosque Tropicália. Na ocasião, cerca de 10 pessoas faziam o ato, quando foram surpreendidos novamente com a presença dos dois policiais, que voltaram a pedir documentos e a fazer perguntas sobre o motivo da manifestação. Os familiares de Moïse consideraram a abordagem e perguntas intimidatórias.
Caso Moïse: o que diz a Polícia?
Quando questionados sobre as supostas intimidações dos agentes, a Polícia Militar respondeu em nota que “todas as questões pertinentes ao caso estão sendo investigadas pela Delegacia de Homicídios da Capital”.