Fake news: após críticas, Twitter Brasil libera ferramenta para denunciar informações falsas

Twitter insere botão para denunciar notícias falsas em relação à Covid-19 no Brasil e outros conteúdos enganosos

09:53 | Jan. 18, 2022

Por: Carolina Parente
Twitter Brasil era criticado por internautas por causa de fake news (foto: LIONEL BONAVENTURE / AFP)

Usuários brasileiros do Twitter já podem, desde segunda-feira, 17, denunciar conteúdos enganosos publicados na plataforma. Em decorrência de pressão feita por internautas e pelo Ministério Público Federal (MPF), a rede social reforçou as medidas contra a disseminação de fake news no Brasil.

Essa opção inédita de denúncia também foi instalada nas Filipinas e na Espanha em 17 agosto de 2021 e já havia sido anunciada para países como Estados Unidos, Coreia do Sul e Austrália.

No Brasil, o Twitter vem sendo criticado pelos próprios usuários da rede social, os quais levantaram a hashtag #TwitterApoiaFakeNews porque a plataforma não combatia o espalhamento de informações falsas. Internautas relatam que não havia punição de contas e conteúdos que desrespeitam a própria política de desinformação sobre Covid-19 estabelecida pela rede social.

A plataforma também verificou perfil que espalhou fake news relacionadas à pandemia e ao sistema eleitoral brasileiro. O perfil de Bárbara Destefani, do canal "Te Atualizei", foi verificado neste ano mesmo tendo sido alvo de investigações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STJ) por disseminação de notícias falsas.

Com a verificação de Destefani, o Ministério Público Federal enviou um ofício ao Twitter exigindo que a plataforma explicasse como funcionava a distribuição do selo azul e se o critério de divulgação de informações falsas sobre saúde pública era levado em consideração.

Fake news: Twitter é pressionado pela justiça brasileira

Pressionado pela Justiça do Brasil e por usuários, o Twitter postou em seu perfil oficial na rede social que nem toda publicação questionável sobre a pandemia é derrubada, mas sim aquelas que aumentam o risco de contração e disseminação da doença.

Além disso, foi dito que o processo de verificação passa por “aprendizado e revisões, dado que é recente e está sujeito a imprecisões e equívocos”.

Foi revelado ainda que o Twitter Brasil embolsou mais de R$ 4 milhões para veiculação de propagandas políticas que enaltecessem o governo de Bolsonaro. Somente no ano passado, a plataforma gastou R$ 2,7 milhões com a contratação de agências de propaganda que emitiam notas fiscais à Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom).

No entanto, foi o Ministério da Saúde, conforme dados do Portal da Transparência, o órgão que mais gastou com publicidade, empenhando 39% do total do que foi repassado à rede social ao longo do mandato de Bolsonaro. Em segundo lugar, encontra-se a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), que gastou cerca de 28% do total.