Caso Beatriz: suspeito quer pedir perdão à família; mãe da criança questiona depoimento
Segundo a advogada do homem, Niedja Mônica da Silva, ele está arrependido do crime e tem o desejo de pedir perdão à família da criança
11:28 | Jan. 18, 2022
Marcelo da Silva, de 40 anos, suspeito de ter matado a facadas a menina Beatriz Angélica, numa escola de Petrolina, em 2015, afirmou à Polícia que o crime só ocorreu porque a menina teria começado a gritar, o barulho o teria deixado nervoso e, para silenciar a garota, ele a perfurou várias vezes com a arma branca. Estas informações foram divulgadas pelo programa Fantástico, da TV Globo, o qual teve acesso ao depoimento do homem.
No dia do crime, câmeras de segurança flagraram o suspeito em frente ao colégio onde Beatriz e sua família estavam para a formatura da irmã da criança. No depoimento, Marcelo, a princípio negou que fosse ele nas imagens, alguns minutos depois confessou ser ele e que estava tentando roubar uma moto com objetivo de voltar para casa.
"Aquela mexida na moto... Eu não sei se é instinto de ladrão ou era a vontade de ir para casa. Se aquela moto pegasse, eu iria para casa. Se ela pegasse, teria evitado essa tragédia aí", declarou.
Ele disse à polícia que não sabia que o local do assassinato era uma escola. Acreditava estar entrando numa igreja: “Quando eu fui entrar, eu fui barrado por alguém que viu meu estado de embriaguez".
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Motivação do crime
Numa segunda tentativa de entrar na escola, Marcelo teria obtido êxito, mas ele disse que somente iria beber água. Naquele momento, teria encontrado Beatriz perto do bebedouro, localizado próximo ao depósito onde o corpo dela foi encontrado. A garota percebeu que o homem estava armado e se assustou, conforme ele.
"Ela disse: 'Você está com uma faca aí'. Aí eu gritei: 'Cala a boca'. Aí eu, com medo de ela correr, disse 'entra aí'. Aí botei ela pra dentro do quarto. Eu disse: 'Fique caladinha, não saia, não, enquanto eu não for embora. Eu já estou indo embora, fique bem quietinha'. Aí sabe o que aconteceu? Ela começou foi a gritar", relatou o suspeito, que também se assustou com os gritos e por isso, teria decidido atacá-la com 42 golpes de faca.
Agora, segundo a advogada do homem, Niedja Mônica da Silva, ele está arrependido do crime e tem o desejo de pedir perdão à família da criança.
"Ele disse que quer ver a mãe da menina para pedir perdão. Disse que foi de uma monstruosidade muito grande o que fez e quer pagar pelo crime. Depois que ele viu o drama da mãe, disse que quis contar que foi ele, para aliviar o coração dela, para ela ficar em paz. Ele usa essa expressão: 'Eu quis aliviar o coração dela para ela ficar em paz’”, informou a defensora do réu.
Pais questionam depoimento do suspeito
Os pais disseram à TV Globo que Marcelo realmente pode ser o assassino de Beatriz, mas ponderam os relatos do suspeito sobre o dia da morte da filha.
"Ela não faria isso. Beatriz, ela não iria confrontá-lo. Mesmo que ele tivesse com uma arma na mão, ela é muito inocente, ela não se sentiria em um local de risco. Eu tenho convicção que Beatriz foi beber água, e ele a abordou de forma brusca e tirou a vida dela", disse a mãe da menina, Lucinha Mota.
A mãe da criança declarou que tem sofrido bastante nos últimos dias, mas que está se segurando, buscando manter o controle emocional, neste difícil momento: “Eu coloquei minhas lágrimas, minha dor numa caixinha para ser racional e tentar colaborar o máximo possível na investigação", explicou.