Tragédia em Capitólio: o que se sabe até agora sobre o acidente em MG
Um desabamento de pedras em um cânion no Lago de Furnas, na cidade de Capitólio, Minas Gerais (MG), vitimou 10 pessoas no sábado, 8. As causas do acidente ainda não foram confirmadas; veja o que se sabe até agora
22:23 | Jan. 10, 2022
Um desabamento de pedras em um cânion no Lago de Furnas, na cidade de Capitólio, Minas Gerais (MG), vitimou 10 pessoas no sábado, 8. Quatro embarcações que estavam na área foram atingidas na tragédia. O POVO separou tudo o que se sabe até o momento; confira abaixo:
Tragédia em Capitólio (MG): quantos mortos e feridos no acidente?
Ao todo, 34 pessoas estavam envolvidas no acidente no cânion. Dessas, 27 foram atendidas e liberadas com ferimentos leves, mas duas permanecem internadas. Inicialmente, o Corpo de Bombeiros de MG estimava 20 desaparecidos, conforme relatos de empresas de turismo e familiares, mas o órgão já informou que o número zerou.
10 pessoas morreram no acidente. Todas as vítimas estavam numa lancha chamada “Jesus”, foram hospedadas em uma pousada em São José da Barra e são familiares e/ou amigos uns dos outros. Veja os nomes:
- Julio Borges Antunes, 68 anos, natural de Alpinópolis (MG)
- Maycon Douglas de Osti, 24 anos, nascido em Campinas
- Camila da Silva Machado, 18 anos, nascida em Paulínia
- Sebastião Teixeira da Silva, 64 anos, natural de Anhumas
- Marlene Augusta Teixeira da Silva, 57 anos, natural de Itaú de Minas
- Geovany Teixeira da Silva, de 37 anos, natural de Itaú de Minas
- Geovany Gabriel Oliveira da Silva, 14 anos, natural de Alfenas
- Thiago Teixeira da Silva Nascimento, 35 anos, natural de Passos
- Rodrigo Alves dos Anjos, 40 anos, nascido em Betim
- Carmem Pinheiro da Silva, de 43 anos, natural de Cajamar (SP)
A diarista Vera Lucia Ferreira da Silva, 53, que presenciou o acidente, relatou os minutos seguintes à tragédia. “As equipes de resgate não haviam chegado. Só havia um jet-ski ajudando a tirar o pessoal da água e colocando em um paredão. Pegaram o nosso gelo para estancar sangue das vítimas”, descreveu em entrevista à Folha de S. Paulo.
Quase 24 horas depois do episódio, turistas que visitavam ou ainda iriam ao Lago de Furnas lamentaram e se solidarizaram com as vítimas, entendendo que poderiam ser elas ali naquele trágico momento. “Nós passamos pelo local antes. Estávamos voltando quando nos avisaram do que havia acontecido. É terrível. Arrepiador. Andar de lancha é bom, o passeio é bom, mas tem risco. Agora só longe dos paredões”, disse a professora Talita Nóbrega, 33, moradora de Assis Chateaubriand (PR).
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Tragédia em Capitólio (MG): quando e por que aconteceu o deslizamento?
As rochas desmoronaram por volta de 12 horas e 30 minutos do sábado, segundo o Corpo de Bombeiros. Especialistas acreditam que o evento pode ter sido acelerado pela erosão do solo e por infiltrações resultantes de fortes chuvas na região. O prefeito de Capitólio, Cristiano Silva (PP), declarou que o local do acidente não passou por prevenção.
Causas oficiais do deslizamento ainda não foram informadas. Na manhã de sábado, um alerta de chuvas intensas foi feito pela Defesa Civil de Minas Gerais, mas ainda não há uma confirmação de essa ter sido a causa do acidente. Mesmo com o alerta, os passeios foram mantidos; a Marinha do Brasil afirmou que irá investigar o motivo.
Marcos de Souza Pimenta, delegado que iniciou as investigações do acidente, não quis fazer qualquer declaração sobre causas ou mesmo conjecturar culpados. Ele diz que contará com a ajuda de geólogos para entender os motivos de o bloco de rocha ter se desprendido do cânion. “Precisamos do apoio de geólogos para saber se essa erosão pode ser provocada pela chuva ou pelo som das lanchas que param e fazem um escarcéu naquele local”, explicou o delegado à Folha de S. Paulo.
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O governador de MG, Romeu Zema, anunciou nesta segunda que toda a região do Lago de Furnas passará a ser analisada por geólogos e outros especialistas que possam identificar riscos de novos desmoronamentos. “Queremos que a região continue atraindo turistas. Por isso, a partir de agora, teremos um cuidado adicional”, declarou Zema a jornalistas.
Perguntado se as mortes poderiam ter sido evitadas, o governador disse não ser possível assegurar que nenhuma pedra role das muitas montanhas existentes no País. E mencionou o que classificou como ineditismo da tragédia para explicar porque um lugar que atrai tantas pessoas não conta com uma avaliação de risco geológico.
“Quem mora ou tem avô, bisavô, que já vivia ali, sabe que aquela estrutura nunca foi acometida por fato semelhante a este”, acrescentou Zema, destacando que a Polícia Civil instaurou um inquérito policial para apurar as circunstâncias do acidente, classificado como “fatalidade”.
Tragédia em Capitólio (MG): os turistas tinham permissão para estar no local?
Em entrevista à GloboNews, o prefeito informou que as lanchas não eram impedidas por nenhuma norma de estar no local do acidente, próximas ao paredão. Segundo ele, o único impedimento é de atracar no cânion, impedindo que os banhistas entrem na água. Pós-acidente, o lago foi isolado e não pode mais receber turistas por tempo indeterminado. A Marinha será responsável por dizer que os turistas poderiam estar no local, conforme o Corpo de Bombeiros de MG.