Capitólio: 10 mortes confirmadas após queda de paredão
Mais dois corpos foram localizados após desabamento de rochas no Lago de Furnas, em Capitólio, totalizando 10 mortes. A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros durante coletiva de imprensa neste domingo (9).
16:34 | Jan. 09, 2022
Mais dois corpos foram localizados neste domingo, 9, após desabamento de rochas no Lago de Furnas, em Capitólio, em Minas Gerais, totalizando agora dez mortes. A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros durante coletiva de imprensa.
No sábado (8), a queda de um paredão atingiu quatro embarcações. Em decorrência do acidente, mais de 20 pessoas foram atendidas em hospitais da região. As equipes continuaram trabalhando em buscas no local neste domingo.
Todas as vítimas seriam passageiros da embarcação "Jesus". Júlio Borges Antunes, de 68 anos, foi a primeira vítima identificada do desabamento em Capitólio. A vítima era natural de Alpinópolis (MG) e o corpo já foi liberado para a família.
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As outras nove vítimas seriam: um homem de 40 anos, natural de Betim, que pilotava a lancha; mulher de 43 anos, natural de Cajamar (SP); jovem de 18 anos, natural de Paulínea (SP); homem de 67 anos, natural de Anhumas (SP); mulher de 57 anos, natural de Itaú de Minas (MG); jovem de 24 anos, natural de Campinas (SP); homem de 35 anos, natural de Passos (MG); jovem de 14 anos, natural de Alfenas (MG); e um homem de 37 anos, natural de Itaú de Minas (MG).
A perícia estadual realiza exames de DNA para atestar as identidades, que deverão ser divulgadas em seguida.
Veja o alerta de passageiros de outras lanchas momentos antes do acidente:
O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), lamentou o acidente na rede social Twitter:
"Sofremos hoje a dor de uma tragédia em nosso Estado, devido às fortes chuvas, que provocaram o desprendimento de um paredão de pedras no lago de Furnas, em Capitólio.
O @governomg segue presente com as Forças de Segurança em Capitólio. A busca pelas vítimas ainda desaparecidas ocorre nesse domingo desde às 5h da manhã e conta com mergulhadores especialistas do @Bombeiros_MG .
— Romeu Zema (@RomeuZema) January 9, 2022O Governo de Minas está presente desde os primeiros momentos através da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros", escreveu Zema. "Os trabalhos de resgate ainda estão em andamento. Solidarizo com as famílias neste difícil momento. Seguiremos atuando para fornecer o apoio e amparo necessários", completou.
Segundo o Corpo de Bombeiros, na manhã deste domingo (9), 50 militares estão empenhados na operação de busca, entre bombeiros militares e militares da Marinha do Brasil; 11 mergulhadores dos bombeiros empenhados, especialistas nesse tipo de operação e já familiarizados com a área de busca; 4 lanchas e 3 motos aquáticas da Marinha e dos bombeiros lançadas no local de busca já delimitado, além do apoio de 7 viaturas.
Desdobramentos
O coronel dos bombeiros Edgard Estevo informou primeiramente o número de 20 desaparecidos, mas o número foi atualizado para três logo depois.
- Segundo o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, 32 pessoas foram atendidas por causa do acidente, a maioria com ferimentos leves. Entre elas, 27 foram atendidas e liberadas: 23 delas da Santa Casa de Capitólio e outras 4 da Santa Casa de São José da Barra, a 46 km de Capitólio.
- 2 pessoas com fraturas expostas foram para a Santa Casa de Piumhi, a cerca de 23 km de Capitólio;
- Um paciente internado na Santa Casa de Passos, a 74 km de Capitólio, é um jovem de 26 anos e morador de Pimenta (MG). Ele deve ser operado nesta segunda-feira (10) e em seguida deve ter alta;
- A terceira pessoa que estava internada em Passos foi para um hospital particular e está estável.
Neste sábado (8), a Defesa Civil de Minas Gerais havia feito um alerta sobre chuvas intensas e a possibilidade de ocorrências de "cabeça d'água'' em Capitólio, mas não há confirmação se essa foi a causa do acidente. A Marinha disse que investiga o motivo de os passeios serem mantidos.
Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas, explicou que a formação rochosa do local é do tipo sedimentar, o que torna as estruturas dos paredões frágeis, e a quantidade de chuvas agrava a situação por acelerar a erosão.
"A gente tem uma formação rochosa que é basicamente composta por rochas sedimentares, então são rochas que naturalmente têm uma resistência muito menor à atuação dos ventos, da água, dos elementos naturais que atuam sobre a região", explicou Aihara.
O porta-voz ainda explicou que a forma que a rocha caiu no lago agravou a situação, pois desabou em trajetória perpendicular. "Geralmente, quando a gente tem ruptura por tombamento, a rocha sai de uma forma mais fatiada, ela escorre por aquela estrutura e cai de uma forma ou diagonal ou então mesmo em pé. Nesse caso, como a gente teve esse tombamento perpendicular, e pelo tamanho da rocha, a gente acabou tendo essas pessoas diretamente afetadas", explicou o bombeiro.
Veja o momento em que crianças são socorridas após o acidente em Capitólio (MG):
Um inquérito será instaurado para apurar as causas, circunstâncias do acidente ocorrido.