Pesquisadores voltam ao sítio arqueológico onde foi achada menina mumificada de 3,5 mil anos
O sítio arqueológico começou a ser explorado no final da década de 1970, tendo sido palco da descoberta, em 1977, do corpo mumificado de uma menina que, segundo especialistas, morreu há cerca de 3,5 mil anosArqueólogos e antropólogos ligados à Universidade de Brasília anunciaram a retomada das pesquisas na Gruta do Gentio II. Localizado em Unaí (MG), a menos de 200 quilômetros da região central da capital federal, o sítio arqueológico começou a ser explorado no final da década de 1970, tendo sido palco da descoberta, em 1977, do corpo mumificado de uma menina que, segundo especialistas, morreu há cerca de 3,5 mil anos.
Além de Acauã — como a múmia foi batizada, em homenagem ao pássaro de mesmo nome que é comumente encontrado na região—, dezenas de artefatos e desenhos rupestres de importância histórica e científica foram localizados durante as escavações anteriores.
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Segundo o Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), a Gruta do Gentio II é um dos mais completos sítios arqueológicos do país, seja em termos de variedade, seja em relação ao grau de conservação dos artefatos identificados, preservados graças às características do microclima no interior da caverna.
Ainda segundo o IAB, a própria Acauã acabou sendo naturalmente mumificada graças ao clima da caverna. O corpo foi encontrado junto a diversos artefatos funerários, indicando que a menina foi sepultada. Suas pernas e braços estavam envoltos por colares de sementes de capim navalha, o que sugere que a criança gozava de um status diferenciado, especial. Além disso, o corpo foi coberto por uma fina rede de algodão que, por sua vez, foi recoberta por couro animal, o que favoreceu que os restos mortais fossem preservados.
A notícia da retomada das pesquisas foi recebida com entusiasmo em Unaí. Na semana passada, o prefeito José Gomes Branquinho se reuniu, na cidade, com um dos coordenadores do Projeto Phibra, o arqueólogo Francisco Pugliese, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. Em nota, Branquinho afirmou ter discutido o pedido de construção de uma base para os pesquisadores que, atualmente, estão alojados em uma fazenda do município. Além disso, a abertura de um novo acesso à gruta e o fechamento do atual acesso à população estão em análise.
A interrupção do afluxo de pessoas ao sítio arqueológico distante apenas 36 quilômetros do centro de Unaí visa a evitar a destruição de vestígios arqueológicos como pinturas rupestres, instrumentos feitos de pedras, fragmentos cerâmicos, adornos e pedaços de utensílios. Há, também, a expectativa de que, posteriormente, antropólogos, arqueólogos e técnicos da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo discutam possíveis trajetos para desenvolver o turismo histórico na região – o que exigiria a capacitação de guias e técnicos locais, a exemplo do que já ocorre em outras regiões, como no Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí.
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