Vacinação de animais selvagens contra Covid-19 deve começar no Paraná até o fim do ano
A vacina da Zoetis, foi produzida exclusivamente para imunização de animais selvagens. Sem registro de mortes, cães e gatos ficam de fora da campanha
13:12 | Dez. 21, 2021
Até o fim de dezembro, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Prefeitura de Curitiba devem vacinar mais de 80 animais selvagens do Zoológico Municipal e do Passeio Público da cidade contra a covid-19. Na semana passada, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizou a importação do imunizante da farmacêutica Zoetis.
A vacina da Zoetis, foi produzida exclusivamente para imunização de animais, mesmo que o antígeno presente seja o mesmo utilizado em vacinas aplicadas em seres humanos. Nos Estados Unidos, com a autorização do Departamento de Agricultura do país, ainda no mês de julho de 2021, mais de cem espécies já foram imunizadas.
Na escolha dos animais contemplados com a vacinação no Brasil, foi usado como critério a suscetibilidade dos grupos à infecção por Sars-CoV-2. Assim, serão vacinados: felídeos (onça-pintada, leão e tigre, por exemplo), primatas (macacos) e mustelídeos (como lontras, texugos e furões). Os estudos feitos no Brasil não identificaram a morte de cães e gatos em decorrência da Covid-19, por isso, os especialistas entendem que estes animais domésticos não são prioridades neste início de imunização.
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“Acreditamos que haja risco permanente de infecção em animais selvagens nativos e exóticos, particularmente lontras, ariranhas, furões e doninhas da fauna nativa brasileira” destacou Alexander Biondo, coordenador do PetCovid-19 e professor de Medicina Veterinária da UFPR, em entrevista ao Portal gaúcho Zero Hora. Com a transição da pandemia de Covid-19 para uma endemia, ele entende que animais não vacinados ficarão mais expostos ao vírus, por isso considera importante vacinar.
A pesquisa do Projeto PetCovid-19, a qual objetiva monitorar a infecção por coronavírus em animais, mostrou que 15% dos pets que tiveram contato com seus donos testaram positivo para o coronavírus, ou seja, contraíram a doença. Apesar dos resultados, os cientistas não encontraram indícios da transmissão de animais para o ser humano.