Projeto em Pernambuco busca preservar cavalos-marinhos, que correm risco de extinção

Cerca de 34 mil filhotes já foram soltos em estuários do Grande Recife

Aproximadamente 34 mil filhotes de cavalos-marinho, da espécie Hippocampus reidi, sob risco de extinção, foram soltos em estuários de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, e em Maracaípe, no município de Ipojuca, ambos no Grande Recife. A ação faz parte do projeto Hippocampus, focado na preservação de cavalos-marinhos, apoiado pelo Complexo Portuário de Suape, e acontece desde agosto de 2020.

Os animais são reproduzidos em laboratório, de forma natural, e soltos pela equipe em regiões de estuário. As gestações duram entre 12 e 15 dias.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

Os casais reprodutores também são resgatados das localidades. De acordo com a bióloga Rosane Silveira, do total de filhotes, 80% foram introduzidos no estuário do Rio Maracaípe e 20% nos cursos do Massangana e Ipojuca.

“Essa é uma prática modesta, os animais nascem e, no dia seguinte, soltamos. Quanto menores, maiores as chances de sobrevivência eles tem. Toda a pesquisa é feita manualmente para medir, pegar os dados dos filhotes e adultos”, diz a bióloga.

A espécie possui características de mudança de cor de acordo com o ambiente e pode chegar a média de 15 centímetros na fase adulta. Segundo Silveira, a taxa de sobrevivência natural é baixa, ela estima que cerca de 1% dos filhotes sobrevivam.

“O mais difícil é o cultivo desses animais, pois implica em uma série de fatores. Os Hippocampus de Maracaípe, por exemplo, estão muito mais ameaçados devido ao turismo. Montamos essas ações para garantir a sobrevivência da espécie até que o poder público resolva atuar e fazer a proteção”, explica a líder do projeto.

Assim como outras espécies que passam pelo estuário, os cavalos-marinhos também fazem parte do ecossistema aquático e integram a cadeia alimentar. Em caso de extinção das espécies, todo o ambiente pode sofrer. “Temos que achar um ponto de equilíbrio entre a preservação e o turismo, não condenamos as pessoas que fazem esse trabalho. O poder público precisa agir”, diz Rosana.

O diretor de meio ambiente e sustentabilidade de Suape, Carlos Cavalcanti, diz que o tema é “prioridade máxima” do complexo. “Para Suape é fundamental os indicadores de preservação ambiental. É muito importante para mostrarmos que as operações realizadas com embarcações tenham qualidade ambiental. Com isso, conseguimos trazer a estrutura dos laboratórios do Hippocampus para dentro das instalações”, afirma.

O convênio do complexo com o projeto de pesquisa tem prazo de encerramento para janeiro de 2022, mas, segundo o diretor, deve ser renovado. A expectativa é de que sejam investidos cerca de 20 milhões. “O passo seguinte é tentar ampliar a participação de outras empresas que queiram apoiar esse projeto que ele tinha quando estava em porto. Pretendemos instalar o centro de visitação do Hippocampus para que possamos abrir o espaço para turistas e moradores locais. Além do laboratório e aquários, a ideia é criar um centro com gastronomia local, espaço cultural, apetrechos de pesca, área para convivência”, informa.

Projeto Hippocampus

Originário de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o projeto Hippocampus é uma Organização Não Governamental que trabalha há 26 anos com a conservação dos cavalos-marinhos. Há 21 anos no município do Ipojuca, litoral de Pernambuco, o Instituto trabalha em parceria com as universidades: UFPE, UFRPE, UEFS-BA, UFS, USBA, UNESP, UNISANTA, órgãos ambientais municipais, estaduais e federais, sendo membro da União Internacional para a Conservação da Natureza-IUCN.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

cavalos-marinho grande recife fauna marinha

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar