2º dia do Enem 2021 aborda dengue e carro elétrico; Covid-19 é ignorada
Especialistas apontam que a ausência da crise da saúde na prova era esperada. Antecedência para pré-testes das questões e evolução contínua dos estudos sobre o vírus são motivos apontados
19:02 | Nov. 28, 2021
O segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tratou de temas da atualidade, como energia e meio ambiente, e não trouxe nenhuma questão envolvendo a pandemia do novo coronavírus. Entre os assuntos abordados, temas como dengue, extinção de espécies no Pantanal, carros elétricos e biocombustíveis foram objeto das questões. As informações são da Folha de S. Paulo.
A expectativa de especialistas é que a Covid-19 realmente ficasse de fora do exame, devido à necessidade de antecedência para que as questões sejam pré-testadas, assim como as descobertas consideradas ainda muito recentes e em constante atualização do vírus. O desastre de Mariana (MG), ocorrido em 2015, e uma análise combinatória envolvendo a tabela da Copa do Brasil também foram temas das questões, conforme o portal UOL.
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Gabryel Real, gerente de processos avaliativos do SAS Educação, avaliou em entrevista à Folha que as provas deste segundo dia priorizaram habilidades em detrimento de conteúdo, refletindo característica do Enem. Desse modo, foram valorizadas competências como a interpretação de textos, gráficos e tabelas.
No primeiro dia de provas, foi mantida a regra de não abordar o período da ditadura militar (1964-1985) pelo terceiro ano consecutivo, todos durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A prova, no entanto, foi considerada de qualidade pelos alunos e professores, sem sinais de interferência direta do governo federal. O tema da redação foi a "Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil".
Há 13 dias da prova do Enem, no dia 8 de novembro, um total de 29 coordenadores do Ministério da Educação (MEC), responsável pelo Exame, pediram exoneração e dispensa coletiva. Conforme a carta de demissão, divulgada pelo Estadão, os servidores informaram que eles entregam os cargos por causa da “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima do Inep”.