Em SP, mulher morre após filha ligar 12 vezes por socorro médico

Mulher precisou se dirigir ao hospital no chão de um carro emprestado pelo vizinho, mas não resistiu; vítima de infecção bacteriana rara, ela havia procurado atendimento dias antes

05:32 | Out. 22, 2021

Por: Lara Vieira
Mulher esperou duas horas pela ambulância, que nunca chegou; ela foi a hospital no chão de van emprestada por vizinho (foto: Arquivo Pessoal/Reprodução)

Uma mulher morreu enquanto esperava socorro médico no município de Cotia, interior de São Paulo. Após a filha ligar mais de 12 vezes para o socorro, foram mais de 2 horas de espera pela ambulância. Após chegar no hospital, Rosenice de Oliveira também não recebeu atendimento imediato. Ela estava em estado gravíssimo e não resistiu.

As chamadas foram feitas para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Bombeiros e Guarda Civil. Segundo informações do portal R7, um vizinho emprestou uma van para que Rosenice de Oliveira pudesse ir até a unidade de saúde. De acordo com imagens registradas por amigos e familiares, a mulher percorreu o trajeto deitada no chão do veículo.

Rosenice buscou atendimento no Hospital Regional de Cotia. Na unidade de saúde, a mulher também enfrentou problemas e não foi atendida imediatamente. Segundo o hospital, ela teria que ser encaminhada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Preocupados com a demora, parentes da vítima registraram um boletim de ocorrência. Após o procedimento, Rosenice foi internada e passou por duas cirurgias. Contudo, ela não resistiu e morreu no último sábado, 16. Rosenice foi vítima de septicemia (sepse) causada por fasciíte necrosante, uma infecção bacteriana grave e rara.

Na semana anterior, Rosenice havia procurado uma UPA. Ela se queixava de fortes dores na virilha, dor de cabeça e vômitos. Ela foi medicada com antibióticos e mandada de volta para casa. Dois dias depois, no entanto, ela já não conseguia mais andar.

Ainda segundo o R7, a Prefeitura de Cotia emitiu nota declarando que as duas ambulâncias que dão assistência no suporte básico à cidade estavam em atendimento no momento dos chamados. Já a Secretaria Estadual de Saúde alegou que os relatos da família não procedem. Segundo a pasta, a paciente teria chegado na unidade e foi atendida antes da chegada da guarda municipal ao local. Além disso, por conta do estágio avançado da doença, Rosenice não teria respondido bem ao tratamento.

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