Menino Yanomami morre e outro está desaparecido após brincarem próximo de garimpo
As crianças foram jogadas no rio Parima após acionarem algum objeto do maquinário utilizado em garimpo. O Corpo de Bombeiros Militar de Roraima foi acionado para apoiar nas buscas pela criança que ainda está desaparecidaUm menino indígena, de 5 anos, foi encontrado morto após ser levado pela correnteza do rio Parima, na comunidade Makuxi Yano, em Roraima. A vítima brincava próximo de um maquinário usado no garimpo ilegal dentro da Terra Indígena Yanomami com o seu primo de 4 anos, que ainda está desaparecido.
De acordo com a denúncia do Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kuana (Condisi-YY), lideranças locais afirmaram que as máquinas ficam na beira do rio, e as crianças foram jogadas na água após acionarem "algum objeto". O local fica na região de Alto Alegre, no Norte do estado.
Os indígenas realizaram buscas nesta quarta-feira, 13, segundo o presidente do Condisi-YY, Júnior Hekurari Yanomami. Devido a dificuldade de encontrar o segundo menino, equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima e da Fundação Nacional do Índio (Funai) foram acionadas.
A equipe de mergulhadores do Corpo de Bombeiros informou que aguarda a liberação de aeronave do Distrito Sanitário de Saúde Indígena Yanomami (Dsei-Y) para deslocamento até o local, pois a área é de difícil acesso. Segundo Hekurari, o transporte já foi providenciado.
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Terra Yanomami
Maior reserva indígena do Brasil, a Terra Indígena Yanomami tem 9,6 milhões de hectares entre os estados de Roraima e Amazonas, onde vivem mais de 27 mil indígenas distribuídos em mais de 300 comunidades. Essa terra indígena foi homologada em 1992 e a atividade de garimpo nela é ilegal.
Metade da população desse território, cerca de 14 mil indígenas, mora em comunidades a menos de 5 quilômetros de uma zona de garimpo, segundo levantamento divulgado pelo Instituto Socioambiental (ISA). A estimativa é que mais de 20 mil garimpeiros entram e saem dos territórios indígenas desmatando a floresta, contaminando os rios e disseminando doenças como a Covid-19.
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