Fotógrafo registra raro ovo de tubarão durante mergulho em Fernando de Noronha
Renato Magalhães, mergulhador profissional e fotógrafo subaquático desde 2015, Renato contou com a ajuda de seu colega biólogo para identificar de qual espécie de tubarão era o ovo
19:47 | Ago. 27, 2021
O que era pra ser mais um mergulho em seu dia de trabalho, passou a ser um dia surpreendente para o fotógrafo subaquático Renato Magalhães, que registrou o aparecimento raro de um ovo de tubarão no mar de Fernando de Noronha.
Magalhães, que é da equipe Ciliares, empresa de fotos o e vídeos subaquática de Fernando de Noronha, conta em entrevista ao O POVO que estava realizando uma operação de batismo nesta quinta-feira, 26, em um local chamado Ressurreta, na Ilha Rata, uma ilha secundária do arquipélago de Fernando de Noronha, quando encontrou a chamada cápsula de sereia e resolveu fotografar.
Natural de de São José do Belmonte, sertão de Pernambuco, o mergulhador profissional e fotógrafo subaquático desde 2015, Renato contou com a ajuda de seu colega biólogo para identificar de qual espécie de tubarão era o ovo, e se tratava de um tubarão-lixa que tinha acabado de nascer.
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“Eu não sou biólogo, simplesmente registro tudo. Como não sabia identificar de qual espécie era, levei a um amigo biólogo para analisar. Foi quando Léo Veras do Museu do tubarão acabou dizendo pra mim que era do tubarão lixa e que essa cápsula eclode dentro da barriga da fêmea e é expelida, e que provavelmente o parto teria sido bem recente. Eu até procurei um tubarãozinho, mas não encontrei”, relata o fotógrafo.
O tubarão-lixa é uma das espécies mais recorrentes no litoral brasileiro, principalmente em Fernando de Noronha, onde foi encontrado o seu ovo. Conhecido por ser uma espécie que vive em águas rasas, o tubarão também é conhecido por não oferecer riscos às pessoas que nadam em seu habitat natural.
O fotógrafo conta ainda que desde 2015 faz imagens em Noronha e sempre se surpreende com as descobertas. "Diariamente estou na água, e a gente acaba vendo muita coisa interessante no fundo do mar e que acaba passando batido, pois achamos normal. Mesmo assim é bastante curioso, principalmente para quem passa mais tempo na superfície”, diz Renato sobre sua profissão, relevando também ser muito comum encontrar com os tubarões de diversas espécies, desde o tubarão-lixa ao tubarão bico fino, e que isso faz parte da sua rotina.
“Embaixo d'água é incrível, não tem gravidade. Quando eu percebi que eu conseguia ficar na posição que eu queria e do jeito que eu queria, comecei a perceber como as coisas se comportavam e funcionavam lá embaixo d'água. Eu me encontrei. Eu gosto de fazer isso e espero fazer por muito tempo. Tenho que agradecer a Deus por esse dom e essa tranquilidade de fazer esse trabalho”, conclui Renato a respeito da sua experiência e da sua paixão pela profissão.