Sérgio Reis é alvo de operação e PF cumpre mandado no Ceará
A Polícia Federal (PF) cumpriu 13 mandados autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Endereços foram visitados no Ceará, DF e outros cinco estadosAtualizada às 8h50min
O cantor Sérgio Reis e o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) são alvos de mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 20. Mandados são cumpridos no Ceará e em outros cinco estados, além do Distrito Federal.
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Segundo o portal G1, a Polícia Federal (PF) cumpriu 13 mandados autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). De acordo com a CNN, os mandados são cumpridos no Distrito Federal (1), além dos estados de Santa Catarina (6), São Paulo (2), Rio de Janeiro (1), Mato Grosso (1), Ceará (1) e Paraná (1).
No Rio, a PF fez buscas em dois endereços ligados ao deputado federal: no Anil e na Barra da Tijuca, na zona oeste. O gabinete do político, em Brasília, também foi alvo dos agentes, que visitaram quatro endereços ligados ao cantor.
Em nota, a PF informa que o objetivo das medidas é "apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes.”
O cantor e ex-deputado federal Sérgio Reis voltou aos holofotes nos últimos dias após circular vídeo em que convocava caminhoneiros do Brasil para greve até que o Senado Federal afastasse os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e aprovasse voto impresso. As entidades que representam os caminhoneiros negaram apoio ao ato.
Alvo da Justiça por meio de uma representação criminal assinada por 29 subprocuradores-gerais da República, Sérgio chegou a dizer que se arrependeu pelo vídeo.
Enquanto isso, o deputado federal Otoni de Paula foi denunciado pela PGR ao STF em julho de 2020 pelos supostos crimes de difamação, injúria e coação em vídeos com ataques e ofensas ao ministro Alexandre de Moraes. No mês seguinte, a Justiça de São Paulo determinou a exclusão das postagens.
O caso envolve dois vídeos gravados pelo parlamentar em que criticou Moraes pela decisão que libertou o blogueiro Oswaldo Eustáquio, investigado no inquérito sobre organização e financiamento de atos antidemocráticos, mas o proibiu de usar as redes sociais.
No vídeo, Otoni chama Moraes de “lixo”, “tirano” e “canalha”, entre outras ofensas. Na ocasião, o deputado era um dos vice-líderes do governo Bolsonaro, mas já deixou o cargo. Depois, Otoni pediu desculpas e disse que “extrapolou”.
Otoni se manifesta nas redes sociais
Em vídeo publicado no Facebook na manhã desta sexta-feira, 20, o deputado federal Otoni de Paula confirmou que a Polícia Federal esteve em sua residência. O parlamentar disse que os agentes levaram seu celular, mas não encontraram dinheiro ou joias. "Não vou recuar um milímetro dentro do que a democracia me permite, do que a Constituição me permite", afirmou.
Otoni ainda disse que o ministro do STF Alexandre de Moraes tem tido um "comportamento autoritário". “Não há nada melhor do que você andar de cabeça erguida. Não há nada melhor do que você não dever nada a ninguém. Não há nada melhor que a polícia vir na sua casa e não ter dinheiro para ser apreendido, não ter joias, não ter relógio de ouro, de prata, de marca", completou.
O deputado ainda comentou que "é bom ter a vida limpa, graças a Deus", e reiterou que vai manter a mesma postura.
"Vamos em frente, mostrando que não temos medo da tirania, seja ela de quem for. Inclusive do nosso tirano, senhor ministro Alexandre de Moraes. Que vergonha, ministro. Que postura antidemocrática o senhor tem tido.”