Youtuber Antônia Fontenelle deve ser investigada por crime de xenofobia

Delegacia na Paraíba solicitou abertura de um inquérito para apurar possível crime de preconceito ou discriminação cometido por Antônia Fontenelle, após a youtuber usar de forma pejorativa do termo "paraíba".

14:40 | Jul. 15, 2021

Por: Levi Aguiar
Youtuber Antônia Fontenelle se envolveu em polêmica envolvendo a primeira-dama Janja e a escola de samba carioca Imperatriz Leopoldinense (foto: Reprodução/Instagram)

A atriz e youtuber Antônia Fontenelle vai ser investigada pela Polícia Civil da Paraíba por possível crime de preconceito ou discriminação. A Polícia investiga o episódio em que a youtuber usa pejorativamente o termo "paraíba": "Esses 'paraíbas' fazem um pouquinho de sucesso e acham que podem tudo”. Em seu comentário, Antônia estava se referindo ao DJ Ivis e aos vídeos de agressões contra Pamella Hollanda, ex-esposa do cantor.

O delegado Pedro Ivo, da 1ª Delegacia Seccional da Polícia Civil da Paraíba, solicitou a abertura de um inquérito para apurar os fatos na última quarta-feira, 14. 

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"Ser paraíba" não é força de expressão

Os vídeos foram divulgados nas redes sociais de Pamella, no último domingo, 11. No dia seguinte, Fontenelle se posicionou contra as agressões e postou o seguinte texto nas redes sociais: "Esses 'paraíbas' fazem um pouquinho de sucesso e acham que podem tudo. Amanhã vou contatar as autoridades do Ceará para entender porque esse cretino não foi preso".

O DJ Ivis é paraibano, mas mora em Fortaleza. Ele foi preso na quarta-feira, 14. Após as declarações da youtuber, alguns cantores, artistas e famosos criticaram o uso da expressão “paraíba” com cunho negativo. Em seguida, Antônia rebate: “Esse bando de desocupado aí da máfia digital que não tem nada o que fazer. Se juntaram pra agora me acusar de xenofobia. De novo? Num cola”, diz a youtuber.

“Já tentaram me acusar de xenofobia. Porque eu falei ‘esses ‘paraíba’ quando começam a ganhar um pouquinho de dinheiro acham que podem tudo. ‘Paraíba’ eu me refiro a quem faz ‘paraibada‘, pode ser ele sulista, pode ser ele nordestino, pode ser ele o que for. É uma força de expressão”, disse a atriz em um vídeo.

Segundo o delegado Pedro Ivo, as condutas de Fontenelle se amoldam ao tipo penal descrito no art. 20 da Lei nº 7716/1989, que define os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Conforme informações do G1, com a instauração do inquérito, serão realizadas diligências investigativas, procedimentos periciais e o interrogatório da indicada autora do fato, com o consequente envio do procedimento para o Judiciário. A delegacia tem um prazo de 30 dias para concluir o procedimento. O crime é inafiançável e tem pena prevista de 1 a 3 anos de prisão e multa.

As declarações de Fontenelle foram criticadas por vários artistas e influenciadores paraibanos, entre eles Juliette Freire, Flay, GKay e Chico César. "Não existe 'ser Paraíba' e 'fazer paraibada'. Existe ser paraibana/o, o que sou com muito orgulho", disse Juliette.