Mônica Martelli presta homenagem a Paulo Gustavo: "foi traído junto com quase 500 mil brasileiros"

Nesta sexta-feira, 4, a atriz Mônica Martelli prestou uma homenagem ao amigo e artista Paulo Gustavo, que morre vítima da Covid-19, há um mês. Nas redes sociais, a atriz compartilhou um vídeo ao lado do amigo e destacou que “é inacreditável que Paulo tenha partido”. Ela também comentou a dor da perda: “Ainda me dói, Paulo Gustavo. Suas lembranças são um misto de alegria e dor”.

Em uma publicação no Instagram, Mônica comentou como Paulo está presente em tudo no seu dia e a dor que causam as lembranças do amigo. “Paulo está presente em tudo do meu dia, como sempre foi em vida. Eu penso no que ele falaria sobre qualquer situação. Mas o que antes era motivo de gargalhadas, agora traz dor. A dor de só imaginar o que ele poderia estar fazendo naquele momento. A dor dessa oportunidade da vida, da família, do afeto, que lhe foi tirado”, iniciou o texto da homenagem da atriz ao amigo.

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A atriz ainda comentou que não deseja se sentir triste por Paulo, pois o amigo nunca foi dor. “Eu não quero me sentir dessa forma porque você nunca foi dor. Esse é o maior ensinamento que você nos deixou. Cada dia é único, cada oportunidade é única, e cada pessoa é única. Por isso você amava sua família, amigos e público com tanta fervorosidade, porque entendia muito do que era estar vivo”, disse.

Paulo Gustavo morreu, aos 42 anos, no dia 4 de maio, vítima da Covid-19, após passar 52 dias internado lutando para se recuperar da doença. Um dia antes da morte, o ator teve uma piora do quadro clínico após sofrer uma embolia pulmonar e apresentar situação de “extrema gravidade”. A piora ocorreu devido à uma fístula bronquíolo-venosa — abertura entre os pulmões e as veias.

Manifestações

No último sábado, 29, durante os protestos contra o governo de Jair Bolsonaro na pandemia do novo coronavírus, a imagem da atriz Mônica Martelli segurando cartaz em homenagem ao amigo Paulo Gustavo emocionou muita gente e viralizou nas redes sociais. Logo após a morte do artista brasileiro, Mônica comentou, em entrevista ao jornal O Globo, a perda do amigo e a participação no ato.

Segundo a atriz, a motivação para ir às manifestações foi a causa que envolve a morte de Paulo Gustavo, um jovem, sem comorbidade, que tinha muito medo de pegar Covid e respeitava todas as determinações sanitárias. “Paulo Gustavo foi traído junto com quase 500 mil brasileiros com a omissão das políticas sanitárias do governo federal. Me senti cumprindo uma missão, de levar o que representou a vida do Paulo Gustavo, o amor, para o povo. Senti que estava participando de uma marca da virada e acho que estava certa”, disse Mônica.

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Ela destacou o momento em que segurou o cartaz no ato. “Na hora que eu abri a faixa, o povo em volta começou a aplaudir, eu comecei a chorar. Pensei: "Meu Deus, estou aqui em nome do meu amigo que morreu de uma doença para a qual já existe vacina. Bastavam duas doses!”, comentou Mônica.

Sobre a relação com o marido de Paulo, o médico Thales Bretas, e os filhos do casal, Gael e Romeu, a atriz comenta que todos estão dividindo a mesma dor: “A gente chora quando está com vontade, ri, se fala todos os dias, vai se apoiando, segurando a onda um do outro”.