"Jairinho é um homem ruim, doente e psicopata", diz Monique em carta à família

A professora relata detalhes do relacionamento que viveu com o vereador carioca Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho

12:56 | Mai. 03, 2021

Por: Redação O POVO
Monique Medeiros da Costa e Silva, mãe do menino Henry Borel, morto aos 4 anos. (foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Em uma carta escrita da cadeia para parentes, a professora Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, diz que o namorado, o vereador carioca Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho (sem partido), “é um homem ruim, doente e psicopata”. A apuração é do Fantástico, que nesse domingo, 2, mostrou esta e outras cartas que Monique entregou para seus advogados.

Na carta aos pais e ao irmão, Monique diz que "acreditava cegamente no Jairinho". "Depois que comecei a transcrever para o papel tudo o que ele fez comigo, em tão pouco tempo, que pude perceber o quanto fui usada, o quanto fui violentada, o quanto me humilhei e me rebaixei para fazer dar certo sobre um relacionamento de um psicopata", lamenta.

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Na carta, Monique pede ajuda ao pai. “Confie em mim! Eu poupava vocês do que eu vivia, porque eu também não enxergava”, escreveu.

Em outra parte das mensagens, Monique detalha a vida íntima com Jairo, também marcada por violência e abusos. “Ele era viciado em sexo”, afirma. Monique diz que as relações sexuais pareciam “um ritual”. “Ele sempre por cima e, na maioria das vezes, me enforcando — mas sem me machucar, era só fetiche da cabeça dele!”

“Ele me obrigava a dizer que ele tinha sido meu primeiro homem, minha primeira transa, o único homem que já amei, que eu nunca tinha ‘gozado’ antes. Todas as vezes que namorávamos, eu tinha que dizer as mesmas coisas, isso dava prazer a ele”, detalha.

Monique relata ainda agressões verbais e psicológicas sofridas em uma ocasião ao receber o delivery de uma sobremesa. “A hora que o entregador chegou e eu fui buscar na porta, o rapaz disse que era o dono da loja, que estavam começando e (...) desse a avaliação no iFood. Jairinho me perguntou o que o entregador tinha falado e eu contei exatamente como aconteceu (nada demais). Ele começou a me xingar de 'p***', (...) que eu não dava respeito à imagem dele", conta. "Ele me xingou de todos os nomes possíveis e impossíveis, que toda semana ele iria até o estabelecimento mandar quebrar a loja, mandar assaltar, mandar quebrar as motos das entregas, mandar bater no dono, que ele ia imprimir a foto dele e dar para seus amigos causar prejuízos até que fechasse", diz um trecho da carta.