Pfizer chega ao Brasil e Governo paga seguro que cobre efeitos adversos do imunizante

O primeiro lote de vacinas da Pfizer deve chegar ao Brasil hoje, às 19h. Além disso, o Governo Federal pagou por um seguro internacional de R$ 10,3 milhões. O seguro cobre as vacinas Pfizer e Janssen.

09:46 | Abr. 29, 2021

Por: Levi Aguiar
Ministério da Saúde orientou aos estados e municípios para aplicarem as duas doses da vacina com 12 semanas de intervalo (foto: REUTERS/Dado Ruvic/Direitos reservados)

Depois de tecer críticas sobre a vacina da Pfizer, da fabricante BioNTech, o Governo Federal pagou por um seguro internacional para cobrir a responsabilidade em casos de eventos adversos do imunizante. A mesma atitude foi tomada em relação a vacina da Janssen. O total do custo de seguro dos dois imunizantes foi de R$ 10,3 milhões. É neste cenário que o primeiro lote de vacinas da Pfizer deve chegar ao Brasil nesta quinta-feira, 29

A aquisição de seguro para as vacinas da Pfizer custou R$ 6 milhões, de acordo com o extrato da contratação publicado no Diário Oficial da União. Já o seguro para o imunizante da Janssen custou R$ 4,3 milhões. A mesma empresa atende às duas exigências. A contratação dos imunizantes foi feita com base em cláusulas sigilosas.

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o primeiro lote de vacinas da Pfizer chegará hoje, 29, às 19h e será distribuído somente nas capitais, por uma questão de logística e pela necessidade de refrigeração em temperaturas menores. A pasta comenta que somente as capitais e o DF apresentam as condições de garantir o estoque seguro das doses.

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Valores

 

Os valores dos pagamentos feitos pelo seguro das duas vacinas somam R$ 10,3 milhões. O dinheiro foi depositado para a empresa inglesa de seguros Newline Underwriting Management Limited. As ordens bancárias foram emitidas pelo MS em 30 de março.

No dia seguinte ao pagamento do seguro, o Governo antecipou o pagamento de 20% das doses de vacinas da Pfizer, com um depósito de R$ 1,14 bilhão. Já a Janssen recebeu R$ 536,7 milhões antecipados, em 25 de março. O MS contratou, no dia 18 de março, 100 milhões de doses da Pfizer. Outros 38 milhões de doses foram compradas da Janssen. A apuração desses dados são do jornal Folha de S. Paulo.

Sobre as críticas feitas à vacina da BioNTech

 

A postura de Bolsonaro levou a um atraso de sete meses para a contratação da aquisição de vacinas da Pfizer. O Presidente da República já afirmou, em dezembro do ano passado, que imunizante poderia ter como efeito colateral transformar as pessoas em "jacarés". "Se tomar e virar um jacaré é problema seu. Se virar um super-homem, se nascer barba em mulher ou homem falar fino, ela (Pfizer) não tem nada com isso", disse o chefe de Estado afirmando que a Pfizer não se responsabilizaria por efeitos colaterais.

No dia 7 de janeiro de 2021, a Pfizer havia divulgado uma nota na qual dizia que ofereceu ao governo brasileiro a possibilidade de comprar um lote de 70 milhões de doses de sua vacina contra a Covid-19. A oferta foi feita no dia 15 de agosto, com entrega prevista para dezembro de 2020. No entanto, nenhum contrato foi assinado naquele período.

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Ceará

 

O governador Camilo Santana (PT) anunciou nessa quarta-feira, 28, que o Ceará receberá na tarde desta quinta-feira, 29, mais 192.050 doses de vacinas contra a Covid-19, sendo 188.250 doses da AstraZeneca e 3.800 da CoronaVac. Segundo o Ministério da Saúde, o estado receberá no início de maio a primeira remessa de vacinas da Pfizer. Serão 17.550 doses enviadas em dois lotes de 8.775.