Caso Henry: o que se sabe até agora sobre a morte do menino de 4 anos

Garoto Henry Borel, de 4 anos, foi levado ao hospital na madrugada do dia 8 de março, pela mãe, Monique Medeiros, e pelo padrasto, o vereador Dr. Jairinho; casal está preso desde a semana passada

O caso do garoto Henry Borel Medeiros, morto aos quatro anos, ganhou os holofotes na última semana depois que o padrasto da criança, o vereador do Rio de Janeiro (RJ), Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, foi preso acusado da morte do menino. Jairo e a a namorada, Monique Medeiros, mãe de Henry, tiveram a prisão temporária decretada no dia 8 de abril.

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Caso Henry: entenda o que aconteceu

Na madrugada do último dia 8 de março, o casal levou o corpo de Henry já sem vida ao hospital. Segundo eles, o garoto havia caído da cama, tendo sido encontrado sem respirar, "desacordado e com os olhos revirados".

Os laudos médicos, no entanto, contradizem a versão do casal. A necropsia realizada pelo Instituto Médico Legal (IML) apontou que, entre a noite de 7 de março e a madrugada do dia seguinte, quando foi levado ao hospital, o garoto sofreu 23 lesões. O documento descarta a hipótese de queda da cama, afirmando que os ferimentos “apresentavam características condizentes com aquelas produzidas mediante ação violenta (homicídio)”.

Dr. Jairinho chegou a pressionar para que o corpo da criança não fosse levado ao IML. Segundo um executivo da área da saúde, que depôs à Polícia, o vereador insistiu na liberação imediata, supostamente a pedido da mãe de Henry. No depoimento, o executivo afirma que recebeu uma ligação de Jairo, com voz calma, sem aparentar preocupação pela morte do garoto.

No dia anterior à morte, Henry estava com o pai, o engenheiro Leniel Borel de Almeida, que detinha a guarda compartilhada da criança com Monique. O garoto chegou a pedir para ficar mais tempo com o pai.

Caso Henry: Babá relatou tortura

Em mensagens trocadas entre a babá de Henry e Monique, a Polícia encontrou evidência de que a mãe da criança estava ciente das agressões. Em diversas ocasiões, a cuidadora relatou episódios de agressão e exibiu imagens de hematomas na pele do garoto.

As mensagens datam de 12 de fevereiro, 26 dias antes da morte do menino. Segundo o delegado responsável pelo caso, Henrique Damasceno, as mensagens "foram uma prova extremamente relevante" de que a mãe se omitiu sobre as agressões.

Monique relatou a uma prima, pediatra, sobre o sofrimento do filho, dizendo inclusive que ele chegava a "vomitar e tremer" ao ver o padrasto. Ela não informou, no entanto, sobre as agressões sofridas pelo menino.

Menino Henry morreu aos 4 anos
Menino Henry morreu aos 4 anos (Foto: Reprodução/ Instagram O POVO)

Outros pontos chamam a atenção sobre a possibilidade de Monique ter responsabilidade na morte da criança. Segundo os investigadores da Polícia Civil, o comportamento tranquilo da mulher após o óbito do filho despertou suspeitas. Depois do enterro do garoto. ela foi a um salão de beleza, e, no dia do depoimento à Polícia, chegou a tirar uma selfie na delegacia.

Para a Polícia, o garoto foi assassinado pelo padrasto. Não há provas de que Monique tenha participado diretamente do homicídio. No entanto, de acordo com as investigações, ela se omitiu diante das agressões de Jairo contra a criança, e, no depoimento à polícia, não fez menção de denunciar o vereador.

Caso Henry: Dr. Jairinho foi expulso do partido

Após a prisão do casal, Jairo foi expulso do Solidariedade, partido pelo qual se elegeu. A Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro também o afastou do Conselho de Ética da Casa.

Existe também a possibilidade do Legislativo municipal votar pela cassação do mandato de Jairo. Neste caso, ele seria o primeiro vereador no Rio de Janeiro a ter o mandato cancelado.

Caso Henry: defesa de Jairinho tenta desmerecer testemunha com fotos íntimas

Uma ex-namorada do vereador, depondo como testemunha no processo, afirmou que durante o relacionamento com Jairo ela e a filha sofriam agressões. A defesa dele tentou desmerecer o depoimento da testemunha usando fotos íntimas da mulher.

Na madrugada desta segunda-feira, 12, a mãe do garoto, presa em uma penitenciária em Niterói, foi hospitalizada após passar mal. Ela teve diagnóstico de infecção urinária e a previsão é que siga internada durante a semana no Hospital Penal Hamilton Agostinho, no mesmo complexo penitenciário em que está sendo mantida.

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