Doca Street, assassino da socialite Ângela Diniz, morre aos 86 anos

O caso, em 1976, foi marcado pelo fortalecimento do movimento feminista, que começava a tomar forma. Mulheres foram à frente do tribunal com faixas e cartazes para protestar e pedir justiça pela morte de Ângela

21:16 | Dez. 18, 2020

Por: Redação O POVO
Doca assassinou Ângela na praia de Búzios, com tiros no rosto (foto: Arquivo)

Raul Fernando do Amaral Street, conhecido como Doca Street, morreu nesta sexta-feira, 18, em São Paulo. Ele ficou conhecido após assassinar sua então namorada, a socialite mineira Ângela Diniz, em 1976, com quatro tiros disparos no rosto. Caso ocorreu em um casa na Praia dos Ossos, em Búzios, Rio de Janeiro. Ele morreu no Hospital Samaritano, na capital paulista após sofrer um infarto.

Crime teve primeiro julgamento em 1979, quando Doca saiu em liberdade do tribunal. Somente em 1981 o primeiro veredito foi anulado a pedido do Ministério Público, e ele acabou condenado a 15 anos de prisão. Destes, cumpriu três em regime fechado, dois no semiaberto e dez na condicional. As informações são da Folha de S. Paulo.

O caso foi marcado pelo fortalecimento do movimento feminista, que começava a tomar forma. Mulheres foram à frente do tribunal com faixas e cartazes para protestar e pedir justiça pela morte de Ângela. No primeiro julgamento, Street saiu ileso após alegação de "legítima defesa da honra", feita pelos advogados. Mulheres formaram acampamento para gritar palavras de ordem e pedir o fim de agressões e crimes contra pessoas do sexo feminino.

Em 2006, Doca lançou um livro chamado "Mea Culpa: O depoimento que rompe 30 anos de silêncio". Na época do assassinato, Doca tinha 42 anos e Ângela 32. Ele deixa uma viúva, três filhos, dez netos e uma bisneta.