Ségio Mallandro é uma das vítimas de esquema de pirâmide financeira: "Caí na pegadinha do Malandro"
A denúncia é de que a JJ Invest não tinha autorização para funcionar e o dono sumiu com o valor de R$ 170 milhões dos consumidores
11:25 | Nov. 23, 2020
Foi preso no Rio de Janeiro, no começo do mês, o dono da JJ Invest, Jonas Jaimovick, acusado de fraudes e envolvimento em pirâmides financeiras em diversos estados do Brasil, incluindo Ceará, São Paulo, Maranhão, Pernambuco e Rio de Janeiro, onde que o suspeito responde por pelo menos 30 inquéritos. Entre as mais de 3 mil vítimas, estão artistas como Sérgio Mallandro, a atriz Cristiana Pompeo, o ex-jogador Zico e outros artistas.
São mais de 3 mil investidores prejudicados que caíram na fraude dos esquemas de pirâmide financeira que atraem com promessa de lucros acima do normal de forma rápida. Em entrevista ao Fantástico no último domingo, 22, o humorista Sérgio Mallandro conta que não imaginava que a empresa aplicava golpes e não suspeitava da índole da investidora. Isso porque a empresa patrocinava grandes eventos e chegou a colocar um anúncio em times de futebol da série A.
"Para botar uma marca numa camisa de futebol, de um time de primeira, é muito dinheiro, tem que ser uma empresa muito consolidada. Eu nunca imaginei na minha vida ver uma notícia daquela, que aquele cara teria se metido em uma confusão tremenda", disse o artista. Mallandro foi contratado pela JJ Invest para fazer propagandas em eventos e pelas redes sociais.
Além do contrato, o humorista fazia investimentos todos os meses e até recebia resumos financeiros, mas contou que nunca recuperou o dinheiro. "Acho que eu que caí na pegadinha do malandro", afirmou. Quem também caiu no golpe foi a atriz Cristiana Pompeu, que investiu seus 10 anos de fundo de garantia. Segundo ela, todo o marketing que Jonas fazia sobre a empresa a convenceu a investir. "Me levou a acreditar que ele tinha credibilidade. Eu nunca tinha investido e acho que foi isso que me fez cair", ressaltou.
A empresa não tinha autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para atuar no mercado financeiro. Desde 2017, existia um alerta que impedia o suspeito de realizar transações. Em resposta, o advogado de Jonas afirma que não houve fraudes e que ele fazia investimentos, que durante muito tempo deram certo. "Quando deu errado os investimentos, as pessoas se desesperavam, obrigaram ele a devolver o dinheiro e isso desestruturou a empresa a curto prazo. Infelizmente, as pessoas não vão receber", disse ao Fantástico.
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O suspeito vai responder por estelionato, crime contra o sistema financeiro, entre outros. Desde 2019, Jonas era considerado foragido, quando teve prisão decretada. Nesse ano, um grupo de investidores cearenses entrou com processo contra uma empresa que utilizada serviços da JJ Invest. Os relatos são de que investidores não receberam o valor total dos investimentos aplicados e ficaram no prejuízo. Os valores chegariam a R$ 78 milhões de cerca de 1,1 mil cotistas. Destes, 150 seriam do Ceará. Segundo a empresa Miner, que tinha transações financeiras juntamente com a JJ Invest, isso ocorreu porque “os ativos tiveram variação negativa de 75,27% por conta de um golpe perpetrado pela JJ Invest” na empresa.