Record demite Constantino após comentário sobre caso Mari Ferrer

Constantino era colunista do R7 e comentarista na Record News. Emissora diz que o posicionamento do jornalista e economista não condiz com princípios da empresa

Após ser desligado da rádio Jovem Pan, o economista e jornalista Rodrigo Constantino foi demitido da Record por posicionamento sobre o caso Mariana Ferrer. Ele era colunista no site R7 e comentarista da Record News. Durante transmissão ao vivo sobre o caso, Constantino disse que se o mesmo tivesse acontecido com sua filha, ele não denunciaria o agressor para a Polícia, daria um "esporro" na filha dele e a deixaria de castigo. "Alguma coisa ali ela errou feio e eu devo ter errado… Para ela agir assim!", afirmou.

Na discussão, ele ainda argumentou que o estupro é um assunto que não “pode” ser debatido. “É um comportamento absolutamente condenável, só que a gente não pode falar mais essas coisas hoje em dia. Existe mulher decente também ou piranha. Não existe a ideia de mulher decente? As feministas querem que não [exista a ideia]”, diz.

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Em nota, a Record explicou que o Grupo "não poderia, neste momento, deixar qualquer dúvida de que justiça não se faz responsabilizando ou acusando aqueles que foram vítimas de um crime". "Apesar de ter garantias de liberdade editorial e de opinião, julgamos que o posicionamento adotado por Constantino não compactuou com o nosso princípio de não aceitar nenhum tipo de agressão, violência, abuso, discriminação por questões de gênero, raça, religião ou condição econômica", completou.

No Twitter, Constantino definiu a demissão como um "arrego" da Record. No mesmo fio de publicações, diz que os desligamentos pelo comentário dele são uma "tática fascista". Mais adiante, fala que muitas mulheres o estão apoiando e diz que "feminazi" - um termo pejorativo que une as palavras feminista e nazista - "nem mulher é".


Caso Mariana Férrer

Uma sentença judicial considerou inocente o empresário André de Camargo Aranha, acusado de estuprar a jovem catarinense Mariana Ferrer, de 23 anos, durante uma festa em 2018. Imagens obtidas pelo jornal The Intercept Brasil mostram o advogado de Aranha humilhando a jovem em uma audiência. O caso esteve novamente entre os assuntos mais comentados do Twitter nesta terça-feira, 3.

Segundo o promotor Thiago Carriço de Oliveira, responsável pelo caso, não havia como o empresário saber, durante o ato sexual, que a jovem não estava em condições de consentir a relação, não existindo portanto “intenção” de estuprar. Por isso, o juiz aceitou a argumentação do promotor de que ele cometeu “estupro culposo”, um “crime” não previsto por lei. Como ninguém pode ser condenado por um crime que não existe, Aranha foi absolvido.

Com informações da Uol.

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