Pai que ia à escola buscar sinal de internet, ganha pacote de banda larga, computador e celular para a filha estudar
Três vezes por semana, Edilson ia a pé até a escola da filha para baixar o conteúdo que ela precisa para estudar em casa
08:52 | Out. 15, 2020
O pai Edilson Rosário da Silva costumava ir à escola da filha Nataly Santos da Silva, 11 anos, três vezes por semana em busca de internet para baixar os conteúdos que ela precisava estudar em casa, devido à pandemia. Depois que a história repercutiu nacionalmente, eles foram presenteados com um pacote de banda larga, notebook e um celular com acesso à internet por um ano. As informações são do portal G1.
Nataly e Edilson moram no município de Arujá, em São Paulo. Os esforços do pai para garantir que a filha não deixasse os estudos foram matéria no Jornal Nacional. "Está sendo muito espetacular. Está me ajudando bastante", comenta ele. "Essas doações que o pessoal está fazendo estão me ajudando muito."
O pai administra um rancho de cavalos, mas viu os clientes desaparecerem quando a quarentena começou. Faltou dinheiro para pagar internet para as aulas à distância da filha, que ele cria sozinho desde que a esposa faleceu em consequência de um aneurisma.
“Não dá por causa da dificuldade da epidemia que a gente está. Tem que pagar aluguel da baia e internet. Para nós, sai bem carinha, que é um orçamento que a gente nem imaginava ter ele agora. Aí aperta bastante”, explica o tratador de cavalos.
A doação foi iniciativa da companhia de telecomunicação Claro, por meio do programa Conexão Voluntária, que se sensibilizou com a história do pai. Ao todo, 21 voluntários se uniram à empresa e fizeram questão de ajudar a família.
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Dificuldades
Viúvo e precisando arcar com as despesas da família sozinho, Edilson viu a educação da filha ficar comprometida durante a pandemia. Por não ter condições de pagar internet, três vezes por semana, depois de fazer o trabalho no rancho, ele ia a pé até a escola da menina para usar o wi-fi.
A escola está fechada desde o começo da quarentena, mas as portas foram abertas para as famílias que não têm condições de pagar pela internet. Edilson percorria a pé o caminho de casa até a escola, em uma jornada de quase uma hora.
Depois, Nataly acompanhava o conteúdo trazido pelo pai por meio de um celular com a tela quebrada. Nessa hora, o pai, que só conseguiu estudar até a antiga quarta série, vira professor e aluno.
“Às vezes eu também viro professor dele, que ele não sabe algumas coisas e eu ensino para ele”, diz a filha. “A divisão, eu sou rude nela porque é difícil. A Nata me ensinou porque a Nata sabe dezena, centena, unidade e eu não sei muito. Já a Nata me ensina bastante essa parte aí”, comenta o pai.
Futura professora
Treinando com o pai, Nataly já planeja o que quer para o futuro. “Quero ser professora”, conta. Um sonho que também é do pai. “Eu quero que ela chegue mais longe. Onde eu não pude alcançar, eu quero que ela alcance. Essa jornada de estar indo lá, gravando vídeo lá na escola, fazendo aqui, também ela aprende e eu aprendo com ela”, diz Edilson.
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Foto: Pai e filha foram presenteados com equipamentos para ajudar a acompanhar as aulas remotas. - Reprodução/TV Diário (Mogi das Cruzes e Suzano)