Pioneira dos trabalhadores domésticos, Laudelina de Campos Melo é homenageada em Doodle do Google

Laudelina foi pioneira na luta dos trabalhadores domésticos no Brasil e faria 116 anos nesta segunda-feira, 12

15:53 | Out. 12, 2020

Por: Redação O POVO
A atuação de Laudelina é tida como fundamental na década de 1970 para a categoria conquistar o direito à Carteira de Trabalho e à Previdência Social (foto: Reprodução/Google)

Laudelina de Campos Melo é a homenageada do Doodle do Google nesta segunda, 12 de outubro. Ela foi pioneira na luta dos trabalhadores domésticos no Brasil. Como homenagem ao dia em que faria 116 anos, a mineira nascida em Poços de Caldas (MG) ganhou uma ilustração na página de buscas do site.

Nascida em 12 de outubro de 1904, ela começou a trabalhar aos 7 anos, abandonou a escola para cuidar dos irmãos enquanto a mãe trabalhava e, aos 16 anos, passou a atuar em organizações sociais do movimento negro.

Na década de 1930, em São Paulo, ela se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e militou pela Frente Negra Brasileira (FNB), entidade do movimento negro que também seria reconhecida como partido.

Ela fundou no início daquela década a primeira associação de trabalhadores domésticos do Brasil, em Santos. O movimento sindical da categoria surgiu na cidade de Santos em 1936, por iniciativa de Laudelina, em busca de melhores condições de trabalho.

Laudelina morreu em 1991, aos 86 anos de idade, em Campinas. As informações são do portal G1.

Hoje o Google tá homenageando a LAUDELINA DE CAMPOS MELO.

Laudelina foi uma defensora das empregadas domésticas, fundou a primeira associação de trabalhadores domésticos, participou da Frente Negra Brasileira e do Teatro Experimental do Negro (q inclusive foi fundado esse mês) pic.twitter.com/nWntB23jDF

— Tati Nefertari (@TatiNefertari) October 12, 2020

 

Conhecida como “Dona Nina”, Laudelina de Campos Melo foi uma grande defensora dos direitos das mulheres no Brasil. Como líder sindical, sua trajetória foi marcada pela luta contra o preconceito racial, a subvalorização das mulheres e a exploração da classe trabalhadora. Combateu a discriminação da sociedade em relação às empregadas domésticas, exigindo melhor remuneração e igualdade de direitos sociais.

A atuação de Laudelina é tida como fundamental na década de 1970 para a categoria conquistar o direito à Carteira de Trabalho e à Previdência Social.

Aos 16 anos, deu início à sua atuação em organizações de cunho cultural, sendo eleita presidente do Clube 13 de Maio, agremiação que promovia atividades recreativas e políticas entre os negros de sua cidade. Aos 18 anos, Laudelina mudou-se para São Paulo, onde se casou, mudando-se para Santos em 1924.

Laudelina mudou-se para Campinas em 1955, entrou para o movimento negro da cidade e participou de atividades culturais e sociais, especialmente com o Teatro Experimental do Negro (TEN).

Sua militância ganhou conteúdo político e reivindicatório com sua filiação ao Partido Comunista Brasileiro, em 1936. No mesmo ano, fundou a primeira Associação de Trabalhadores Domésticos do País, fechada durante o Estado Novo, e voltando a funcionar em 1946. Trabalhou para a fundação da Frente Negra Brasileira, militando na maior associação da história do movimento negro, que chegou a ter 30 mil liados ao longo da década de 1930.

A Associação Profissional Beneficente das Empregadas Domésticas, criada em 1961, esteve em diversas frentes e lutas, em especial contra o preconceito racial. Em 1962 foi convidada para participar da organização de diversos sindicatos da categoria em outros estados, participando também de movimentos negros e feministas.

Para que a associação não fechasse, devido ao Golpe de Estado de 1964, Laudelina aceitou abrigá-la na União Democrática Nacional (UDN). A entidade acabou se dissociando, depois que Laudelina ficou doente em 1968, o que a levou a se desvincular do movimento de empregadas. Voltou à direção em 1982, por insistência de suas antigas companheiras.

Em 1988, a associação se tornou Sindicato das Empregadas Domésticas, combatendo a discriminação da sociedade em relação às empregadas domésticas, exigindo melhor remuneração e igualdade de direitos sociais.

Em 1989, foi criada a ONG Casa Laudelina de Campos Mello, dedicada a celebrar a atuação e militância de Laudelina.

O documentário Laudelina: Lutas e Conquistas, produzido em 2015 a partir da parceria entre o Museu da Cidade e o Museu da Imagem e do Som (MIS), ambos de Campinas, celebra a história de vida da líder sindical. As informações são do site a Cor da Cultura, da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) e da ONG Casa Laudelina.

> Você pode assistir o documentário completo aqui