Caso padre Robson: Justiça suspende tramitação de processo que apurava desvio de dinheiro de fiéis
Padre Robson é alvo de investigação sobre escândalo por organização criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação indébita. O trancamento do caso ainda não foi notificado ao MP de GoiásNesta terça-feira, 6, a 1ª Câmara Criminal de Justiça de Goiás mandou suspender a tramitação do processo contra o padre Robson de Oliveira, que é algo de investigação sobre escândalo por suposto desvio de dinheiro no valor de R$ 120 milhões doados por fiéis à Associação Filhos do Pai Eterno (Efipe). O trancamento do caso ainda não foi notificado ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), órgão que deflagrou a Operação Vendilhões em 21 de agosto e aguarda recebimento da decisão para se pronunciar e tomas medidas.
Padre Robson estava sendo investigado por organização criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação indébita. O desembargador responsável pela decisão de arquivamento afirmou que as provas obtidas pelo MP são legais, mas disse que eram consideradas "atípicas", ou seja, não configurando crime. A defesa do sacerdote alega que as provas são ilícitas, obtidas por meio de "hackeamento". As informações são do portal de notícias G1 Goiás.
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O advogado Pedro Paulo de Medeiros afirmou que o MP quer "entrar dentro da associação, que não é uma fundação e que não deve, com o devido respeito, satisfação a órgão público". Conforme ele, a gestão dos ativos da associação, é de responsabilidade apenas dela, que não é gerida por recursos públicos. "Os fiéis doam, e o dinheiro é gerido pelos dez membros. Não há crime. Se não há crime, é um assunto para ser resolvido dentro da própria associação", pontua.
O promotor Abarão Amisy Neto, que representou o MP no processo, negou que a provas do caso fossem ilícitas. ""O que ocorreu é que em virtude do pagamento ou da tentativa de pagamento [da extorsão], o próprio investigado levou informações que geraram uma investigação. Quando se estava investigando A, fortuitamente, descobriu-se B", disse.
"O fiel faz a doação para a Afipe por livre e espontânea vontade. A partir do momento que ele fez a doação, isso integra o patrimônio daquela entidade. A entidade é regida por um estatuto próprio, que permite que ela faça os mais variados tipos de investimento, compra de fazenda, emissora de rádio, ora para facilitar a evangelização, ora para proteger o dinheiro", ponderou o desembargador Nicomedes Domingos Borges, relator que votou pelo trancamento do processo e foi acompanhado em unanimidade pelos demais magistrados.,
Por nota, a Afipe, gerida por padre Robson, que à época da investigação chegou a se afastar das suas funções, afirmou que continuará o trabalho de "auditoria, reforma administrativa, implantação de governança e demais ações que estão em andamento". A associação disse também que os devotos possuem confiança "na transparência que a atual gestão defende e trabalha".
Veja nota da Afipe na íntegra sobre o caso padre Robson
A Justiça atendeu ao pedido de habeas corpus dos advogados do Padre Robson na tarde desta terça-feira, 6 de outubro.
A Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) continuará o trabalho de auditoria, reforma administrativa, implantação de governança e demais ações que estão em andamento na associação. Tais medidas são fundamentais para o renascer da Nova Afipe e para que a entidade possa continuar cumprindo com sua principal missão que é evangelizar e manter suas ações sociais, a obra da nova Basílica em Trindade e a TV Pai Eterno. Sendo, o mais importante, a confiança do devoto do Pai Eterno nas ações da entidade e na transparência que a atual gestão defende e trabalha.
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