Pinguim encontrado morto em praia paulista tinha máscara no estômago
Instituto de conservação costeira realizou necrópsia do animal, que foi achado após o feriado de 7 de setembroA autópsia de um pinguim encontrado morto no estado de São Paulo revelou uma máscara modelo N95 embrulhada no estômago da ave. O corpo do animal foi recuperado na Praia de Juquehy, na cidade de São Sebastião, dois dias após o feriado de 7 de setembro.
O exame foi realizado por profissionais do Instituto Argonauta, especializado na conservação da vida marinha no litoral paulista. Segundo a equipe técnica do Instituto, o animal estava muito magro, comparado ao padrão da espécie.
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A realização de autópsias para identificar a causa de óbito de animais encontrados mortos é prática frequente do Instituto, que atua no Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). Segundo texto divulgado no site e nas redes sociais da organização, é comum encontrar lixo no sistema digestivo de animais.
A liberação gradual de idas às praias durante a pandemia, no entanto, trouxe um novo componente ao já habitual problema de lixo nestes locais. Segundo levantamento do Instituto no litoral norte de São Paulo, entre 16 de abril e 13 de setembro, 113 máscaras foram descartadas de maneira incorreta. O pico, com dez máscaras encontradas em um único dia, foi justamente durante o feriado que vitimou o pinguim.
Nas primeiras semanas de quarentena, era possível notar em nível mundial o impacto da atividade humana na natureza. Situações como céu límpido em São Paulo, águas cristalinas nos canais de Veneza, na Itália, e registros por satélite de menor poluição na China foram alguns dos casos relatados.
Com a redução das medidas de isolamento, no entanto, se notou a regressão em diversas questões. No Brasil, durante o feriado prolongado de 7 de Setembro, os litorais de São Paulo, com 11 afogamentos e registro de trânsito intenso, e do Rio de Janeiro, com praias lotadas e alta movimentação nos hotéis, são sinais de que cada vez menos a população cumprem ações de distanciamento social.
No mesmo período, houve 20 registros de afogamento no Ceará e aglomerações em praias de alta atividade turística, como Jericoacoara e Canoa Quebrada. Antes mesmo do feriadão, a taxa de ocupação hoteleira no Estado já era de mais de 85%.