Caso Flordelis: entenda o que se sabe até agora sobre a morte de Anderson do Carmo

Com diferentes versões, a polícia concluiu que o crime tenha acontecido a mando da parlamentar

11:43 | 26/08/2020 Autor Leonardo Maia

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A investigação aponta que a deputada Flordelis é a mandante da morte marido, o pastor Anderson Crédito: Reprodução

A deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD-RJ) está envolvida, desde o ano passado, em suspeita da morte do seu marido, o pastor Anderson do Carmo. Diante de diferentes versões, a Polícia investiga o que realmente aconteceu na noite do dia 16 de junho de 2019, quando o homem foi atingido por mais de 30 tiros na garagem de sua casa, em Niterói, no Rio de Janeiro.

Inicialmente, horas após o crime, Flordelis disse que a morte do marido aconteceu após uma tentativa de assalto. A possibilidade, no entanto, foi descartada pelas forças de segurança, que passaram a considerar a execução de Anderson. Nesta segunda-feira, 24, a Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu que a mandante do crime foi a deputada Flordelis, mas ela não pode ser presa por causa de sua imunidade parlamentar.

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O resultado da conclusão do inquérito foi a prisão de oito pessoas, sendo seis filhos do casal, uma neta e um ex-PM. Flávio dos Santos Rodrigues, filho adotivo do casal, foi identificado como executor de Anderson. Ele confessou o crime em depoimento e foi preso no velório do pai. A versão de sua defesa, no entanto, aponta que ele não efetuou os disparos.

A confissão do crime aconteceu em depoimento em que Flávio se sentiu pressionado, pois não contava com a presença de seus advogados, de acordo com sua defesa. Horas depois da prisão de Flávio, Lucas dos Santos de Souza, que também é filho adotivo do casal, foi preso por ter conseguido a arma do crime. Os dois foram acusados por homicídio triplamente qualificado, com pena de 12 a 30 anos.

Flordelis fraudou carta que acusava outro de seus filhos, vereador em São Gonçalo

A parlamentar alegou ter recebido uma carta das mãos da mulher de Lucas dos Santos sobre o caso. No documento, o homem revela que Wagner Andrade Pimenta, mais conhecido como Misael da Flordelis, matou Anderson. Misael é vereador pelo PMDB em São Gonçalo, cidade próxima a Niterói, onde aconteceu o crime.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) aponta, no entanto, que a correspondência seria uma fraude, criada por Flordelis. De acordo com inquérito, a mulher mandou matar o marido por questões financeiras e de poder na família — o pastor Anderson do Carmo controlava todo o dinheiro do Ministério Flordelis.

A suspeita do envolvimento no caso também recai sobre a filha de Flordelis, Marzy da Silva. De acordo com o portal G1, ela recebeu da mãe a missão para encontrar alguém para matar o pai. Os investigadores descobriram que a filha buscou na internet os seguintes termos: “Assassino onde achar" e "Veneno para matar pessoa que seja letal e fácil de comprar".

Os investigadores apontam que Flordelis preferia matar o marido do que iniciar um processo de divórcio. Em uma mensagem enviada ao filho André Luiz de Oliveira, Flordelis pede ajuda. "André, pelo amor de Deus, vamos pôr um fim nisso. Me ajuda. Cara, estou te pedindo, te implorando. Até quando vamos ter que suportar esse traste no nosso meio? Falta pouco. Me ajuda, cara. Por amor a mim", escreveu a deputada.

Conforme revelou matéria do RJTV 2, Anderson do Carmo já foi filho e até mesmo genro da deputada. Flordelis chegou a adotá-lo junto com outros cinco filhos e ele namorou uma de suas irmãs de criação, filha biológica da parlamentar. Só em um segundo momento, Anderson foi “promovido” a marido e gerente do grupo.