Menina que realizou aborto após ser estuprada pelo tio se recupera bem do procedimento, afirmam advogados
A informação foi repassada publicamente pela equipe de advogados da família da vítima de 10 anosA criança de 10 anos que realizou um aborto neste domingo, 16, se recupera bem do procedimento de interrupção da gravidez. O aborto foi feito com amparo judicial e da Constituição Brasileira, após a menina ter engravidado depois de uma série de estupros cometidos pelo tio. Crimes ocorreram no Espírito Santo desde os 6 anos da menina. A informação sobre o estado de saúde da vítima foi atualizada na noite desta segunda-feira, 17, pelos advogados da família.
A equipe de defesa da menina afirmou que ela estava se recuperando do procedimento e sendo amparada pela família. Os advogados pontuaram ainda que como forma de proteger a integridade da vítima não iriam revelar maiores detalhes sobre o estado de recuperação da criança, onde ela estava hospedada e nem previsões sobre seu retorno ao Espírito Santo.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
O posicionamento da equipe ocorreu por meio de divulgação de nota pública sobre o assunto. No texto, os advogados frisam que somente irão se posicionar por escrito como forma de assegurar o “direito constitucional à intimidade e à dignidade da criança” e que fariam o possível para resguardar a identidade e maiores informações pessoais da vítima.
LEIA TAMBÉM | Confusão com vereadores e deputados marca aborto legal de criança de dez anos no Recife
Eles fizeram ainda um apelo para que as pessoas de modo geral tivessem cuidado ao compartilhar informações sobre a criança, ou sobre eventuais decisões dos pais. “Não compartilhem qualquer tipo de informação”, pontua os advogados.
Eles destacam que no momento, a família, bem como a vítima, precisam de paz para enfrentar o trauma. “Quem tiver real desejo de ser solidário à causa que atenda ao pedido de oração e tranquilidade que a família faz neste momento”, pediram na nota. Ao menos três plataformas na internet já foram notificadas judicialmente para remover qualquer conteúdo do caso sem autorização para divulgação.
Com relação a divulgação feita pela extremista bolsonarista, Sara Winter, de forma não autorizada de informações sobre a vítima e dados sobre o hospital ao qual ela se dirigia para realizar o aborto, os advogados destacaram que iriam acionar a justiça diante de tais publicações. O Ministério Público do Espírito Santo afirmou que irá investigar o vazamento de tais informações.
LEIA TAMBÉM | Sara Winter pode responder a crimes por ter divulgado nome de criança que abortou após estupro
“Reiteramos que todos aqueles que, de alguma forma, violarem os direitos dessa criança serão responsabilizados civil e criminalmente. Já estão sendo tomadas as medidas judiciais necessárias para a repressão e responsabilização daqueles que o fizeram”, reforçam os advogados.
Na nota existe ainda um agradecimento da família ao apoio, às orações e ao amparo que eles vem recebendo. Os empresários Whindersson Nunes e Felipe Neto se comprometeram a ajudar a vítima. Whindersson se ofereceu para pagar tratamento psicológico para a menina até ela completar 18 anos, enquanto Felipe Neto pontuou que gostaria de arcar com as despesas educacionais da garota, até o fim da graduação no ensino superior.